4/18/2016 02:15:00 PM

Crítica: A Garota Dinamarquesa

A Garota Dinamarquesa


Filme dirigido por Tom Hooper, conta a história de Eimar Wegener que foi o primeiro homem a passar pela cirurgia de mudança de sexo, se tornando Lili Elbe.

Como é de praxe dos filmes de Hooper, esta obra é beneficiada pelas belas atuações de Eddie Redmayne e Alicia Vikander, todo filme deste diretor apresenta grandes trabalhos de seu elenco o que faz algumas falhas e coisas desnecessárias na história passarem despercebidas, foi assim em “O Discurso do Rei” e em “Os Miseráveis”.




Falhas que neste filme não existem, mas as coisas desnecessárias sim, algumas das festas não precisam aparecer, a cena na qual a amiga bailarina de Elbe é apresentada é plenamente dispensável, ela poderia ser apresentada em uma das múltiplas festas que o filme apresenta, o amigo de infância de Elbe, Hans, poderia ter sido melhor explorado, pois ele tem um papel importantíssimo na história de Lili e é tratado com pouca importância.

A obra, não é sobre Lili, como diz nas sinopses vistas por ai, e a garota dinamarquesa de que o filme fala é Gerda ( Vikander ) , ela é a principal deste filme e graças a ela, é que “A Garota Dinamarquesa” teve tanta atenção da mídia. Por conta de um motivo, Eddie Redmayne apesar de ser excelente ator, poderia ter ficado de fora do filme, o casting poderia ter escolhido uma atriz trans para a interpretação de Lili, um exemplo é Jamie Clayton, a Nomi de Sense8, ela seria perfeita para o papel, fora que, caso fosse uma atriz trans talvez a obra contasse a sua história de melhor forma, porém méritos para Vikander que interpretou Gerda muito bem.

Mas, o filme tem pontos bons, várias cenas do filme poderiam ser emolduradas de tão bonitas, desde uma mulher fumando, a uma rua com um condomínio todo amarelo mostrada em plano geral, as modelos dos quadros em atitudes cotidianas, tudo é muito bonito.

E o mais bonito de tudo é a história de Lili Elbe, uma luta para ser ela mesma, e fazer a sociedade compreender como o que ela fez não é loucura e sim amor próprio, uma mulher firme, dedicada, afetuosa e que merece muito mais homenagens e visibilidade do que este filme traz. Lili Elbe ainda é um tapa na cara da sociedade hipócrita e machista em que vivemos. Ainda assim, Hooper é beneficiado por um elenco extremamente talentoso, e seus trabalhos de qualidade duvidosa ainda ganham destaque.

Um comentário:

  1. Concordo com tudo o que foi dito no texto, porém não deixo de achar o filme maravilhoso. Ele nos causa emoções que jamais acreditamos que sentiríamos enquanto assistiamos.

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