A sociedade apesar de vários acontecimentos históricos não
muda, ou, ela muda quando ocorre algo muito brusco que a force a mudar. Isso
acontece não apenas com a sociedade moderna, mas, com as dos índios também, e é
justamente isso que “Tanna”, indicado australiano ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em
2017 mostra.
Dirigido por Bentley Dean e Martin Butler, o filme conta a
história de duas tribos que usam o casamento arranjado com forma de manter a
paz, assim como se fazia na idade média e se faz hoje em alguns países. O casal
formado por Dain, um guerreiro e Wawa, uma moça jovem é forçado a não poder
viver seu amor, já que, Wawa é obrigada a se casar com um membro da outra
tribo, por conta de um acordo de paz.
A obra ilustra bem o cotidiano da tribo do casal principal,
utilizando de planos abertos e cenas com poucos cortes, a rotina é bem exposta,
desde as conversas durante o momento de lavar roupa, passando pela caça, e pela
brincadeira das crianças, tudo é exposto através dessa imersão realizada pelos
planos abertos.
Imersão que está principalmente em seus diálogos, não por
seu teor, e sim pela língua natural da tribo que é a utilizada durante o filme
todo, fazendo com que o público se aproxime mais daquelas pessoas, além de que,
os diálogos contem uma carga cultural fortíssima por conta das várias histórias
contadas, histórias que remetem ao passado da tribo e também a divindade na
qual a tribo acredita.
Há uma exposição de estudo de sociedade frequente na obra,
pois, aqui, vemos um costume muito popular na idade média e ainda utilizado em
alguns países, porém, fica bem claro que os índios buscam sempre a paz e a
mudança para um ambiente de igualdade entre as duas tribos, logo, temos muito
que aprender com eles, principalmente em sua busca.
Até porque, eles buscam mudar, e acabam por mudar afinal,
para uma sociedade igualitária que respeita o passado e não o ignora, enquanto
nós buscamos a mudança em prol do nosso beneficio. Há muito que aprender com
esse filme e com os índios, não só os que foram retratados aqui, que fique bem
claro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário