10/12/2015 03:56:00 PM

Crítica: No Decurso do Tempo

No Decurso do Tempo




Filme lançado mundialmente em 1976, dirigido pelo alemão Wim Wenders, e que conta a história de um projetista chamado Bruno, que roda todo o interior da Alemanha de ônibus, no caminho ele encontra um pediatra chamado Robert e se tornam amigos.





Esse “Road Movie” de Wenders é talvez um dos melhores que já foram feitos nesse gênero, e tem como seu ponto principal a metalinguagem, pois, é um filme que fala sobre o maior meio de transmitir filmes, o cinema. A projeção mostra cinemas e suas salas de projeção e como eles transformam a vida de uma pessoa, é mostrado na obra como a sétima arte é capaz de provocar amor (Quando Bruno tem uma leve paixão na moça da bilheteria), a raiva (Quando Bruno e Robert brigam bêbados), a saudade (Robert passa a telefonar mais para a mulher quando conhece o projetista), e a amizade que é foco deste filme de Wenders.

Além de todos esses aspectos já descritos, a estética e a trilha sonora são perfeitas, assim como as formas de linguagem que foram usadas (O silêncio é a principal delas), e a previsão que é feita logo na primeira cena de projeção foi cruel, mas, infelizmente foi correta, ela consiste em um personagem que fala que os cinemas nas cidades do interior e os cinemas de rua irão acabar, e sim, eles acabaram, demorou em acontecer, mas acabou, o cinema se tornou mais uma ferramenta capitalista para o consumo exarcebado, ele está nos shoppings e os cinemas de rua ainda existem, mas são raros, os filmes são distribuídos em sua maioria de forma praticamente exclusiva para as cópias dubladas (Nada contra a dublagem, acho ela um recurso sensacional para a inclusão de todo o público no cinema, mas muitas pessoas, inclusive este que escreve, assistem apenas filmes legendados e acha que esta forma de propagação da sétima arte influencia e ajuda na educação e na formação da leitura do ser humano), e assim o cinema vai permanecer por muito tempo.

Dessa forma, Wenders acertou mais uma vez, ele já acerta sempre nos seus filmes e nos aspectos que dizem respeito a estes, mas acertou também na prévia que ele fez, mostrando que não apenas sabe o que faz, mas também conhece a indústria da qual faz parte nos seus mínimos detalhes.

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