Filme dirigido por Deniz Gamze Erguven, conta a história de
cinco irmãs que vivem com o tio e a avó e fazem parte da sociedade conservadora
turca, a história é contada pelo ponto de vista da irmã mais nova, Lale, e
mostra as reações desta quando as mais velhas são forçadas a se casar.
Obra belíssima, com um elenco absurdamente genial, e o
principal aqui é como o filme retrata o sofrimento das mulheres que são
oprimidas por uma sociedade machista sob controle do patriarcado. Na projeção é
mostrado a vida das mulheres na Turquia, porém isso ocorre em vários outros
países também.
A história relata como as mulheres vivem comandadas pelos
homens, e como as mais velhas que já não lutam mais pela liberdade (Ou nunca o
fizeram pela opressão da sociedade patriarcal) ensinam as mais novas a como se
comportar, e fazem da vida das cinco irmãs uma prisão onde elas vivem apenas
para os homens e nunca para elas.
Neste contexto, a cena em que as cinco meninas fogem para
assistir à partida de futebol no estádio é uma das mais lindas do cinema, pois
mostra a liberdade não só daquelas moças, mostra a liberdade de todas as
mulheres que estavam vendo a partida ao vivo, se divertindo, como qualquer
outra pessoa. E, após isso, os casamentos arranjados, e claro, as meninas
somente casam virgens, mas porquê? Porque esta é mais uma forma de controlar o
que elas fazem ou deixam de fazer, e até quando isto existirá?
Sendo assim, fecho este texto com uma frase do autor
brasileiro João Ubaldo Ribeiro, o autor compartilhou esta frase que não é dele
e sim de uma mulher anônima que empresta a sua história a ele para o livro “A
Casa dos Budas Ditosos”, no livro ela compartilha algumas de suas experiências
luxuriosas. Vamos a frase: “E, de fato, é triste, acho que como ele próprio
ainda disse, viver numa sociedade em que a honra feminina é portada entre as
pernas, que coisa mais besta, meu Deus do céu. Mas, não é, não é? Às vezes me
dá vontade de fazer um comício. Quantas vidas se perderam, quantos destinos se
estragaram, quantas tragédias não houve, quantos conventos não foram
abarrotados desumanamente, por causa da honra de tantas e tantas infelizes? ”
Nenhum comentário:
Postar um comentário