O amor é algo que transpõe crenças, raça e fronteiras
geográficas, então, quando conhecemos a historia de um casal que após o seu
casamento foi obrigado a viver em exilio da família e amigos por conta de uma
lei que nos anos 60 nos Estados Unidos impedia que casais inter-raciais se
formassem, percebemos que não evoluímos como sociedade.
Essa é a história que “Loving” dirigido por Jeff Nichols
conta, Richard interpretado por Joel Edgerton e Mildred interpretado por Ruth Negga formam o casal Loving que
brigou na justiça por conta de seu casamento. O filme consegue fazer uma
critica pertinente a sociedade atual cheia de ódio, que é já que não aceita, ao
menos respeite, além de mostrar como a religião é relativa e interpretativa de
cada um, pois, tanto os juízes como os policiais usam divindade como
justificativa para a lei e para a prisão do casal.
Casal que só queria viver em paz e feliz, como mostram as
diversas cenas em que Richard aparece cimentando tijolos, ele, ali, não está
cimentando tijolos e sim a sua vida com a mulher e filhos, e Edgerton acerta em
fazer de Richard um homem cuja postura mostra sua timidez e humildade, além de
usar um tom de voz baixo que beneficia a parte física de sua atuação. Ruth
Negga faz de Mildred uma mulher que se adapta a situação de forma brilhante,
sempre demonstrando força e vontade de vencer, unidos a um amor pelo marido que
ultrapassa a timidez dela, timidez que é vencida nas diversas entrevistas dadas
por ela e nas conversas com os advogados de defesa do casal.
Com uma montagem que faz a historia
fluir e principalmente com o uso parcimonioso da trilha sonora, que deixa o
publico a vontade enquanto tira suas próprias conclusões, e não força o choro
do espectador, já que este foi um erro recorrente em “Histórias Cruzadas", além de que aqui o branco não é retratado como herói
do negro indefeso, outro erro de “Historias Cruzadas” e esse tipo de coisa é usado de forma
recorrente - podendo até mesmo ser considerado uma formula – em filmes
hollywoodianos que abordam o racismo em qualquer uma de suas várias formas.
“Loving” acerta em tudo isso e ainda consegue comover e
fazer o público criar empatia com o casal principal, passa uma mensagem válida
nos tempos atuais, que é de que a luta por direitos ainda continua, e infelizmente
ainda é a mesma, vemos todo dia mulheres, negros e a comunidade LGBT lutando
todo dia por direitos inatos do ser humano, como trabalho, direito sobre o
próprio corpo e casamento.
E sinceramente que uma família de nome “Loving” tenha
conseguido o que conseguiu apenas prova que a luta por direitos e por amor não
pode ser mera coincidência.
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