A maioria dos filmes de guerra que fazem sucesso são aqueles
que apresentam uma temática norte americana do fato histórico, aqueles que
mostram o norte americano como bonzinho e o resto como malvado, talvez, a única
alteração mais séria que ocorra no herói do filme típico de guerra seja a
mudança de nacionalidade, do norte americano para o inglês, ou do norte
americano para o francês, já que nas duas guerras, Estados Unidos, Inglaterra e
França foram aliados.
Logo, “Terra de Minas” dirigido por Martin Zandvilet,
permite que o espectador veja um pouco mais do outro lado da moeda, pois tem em
seu centro um país pouco falado que é a Dinamarca junto com os tradicionais
alemães no contexto de sua história.
O filme conta a história de um pelotão de jovens prisioneiros de
guerra alemães, prisioneiros estes que são obrigados a desarmar minas em uma
região litorânea da Dinamarca, e durante o processo eles são comandados por um
sargento. A obra consegue criar empatia com o público usando de uma ferramenta
incomum que é o pouco uso do nome dos personagens, com a quase não presença dos
nomes dos rapazes, o espectador é capaz de se imaginar no lugar de cada um
deles, então, quando um deles morre, o filme não precisa nem de diálogos, nem
do uso da trilha sonora para comover, pois, a obra conta com planos muito bem
feitos que cumprem este objetivo.
Planos estes que são abertos quando querem mostrar o tamanho
da área coberta por aqueles garotos durante seus trabalhos, e são fechados
quando o diretor quer causar apreensão, o que ocorre diversas vezes quando um
dos meninos está desarmando alguma mina, a câmera se aproxima, às vezes de forma
mais brusca e às vezes de forma mais lenta, e destaca o trabalho minucioso que
é feito naquele lugar paradisíaco.
Conseguimos, neste “Terra de Minas”, ver como a guerra é
capaz de acabar com qualquer tipo de empatia, e da mesma forma, vemos que a
empatia é mais forte e mesmo em uma situação como aquela, vemos afeto entre os
garotos e o sargento.
Logo, Martin Zandvilet acerta em mostrar outro lado da
historia, lado este que é desconhecido por muitos por conta de ser um pais
menor – no caso a Dinamarca - e de sermos sobrecarregados de filmes que dão
destaque ao lado norte americano da guerra, e ainda consegue expor que a
empatia e o amor prevalecem, mesmo entre inimigos e mesmo em um momento da
nossa historia que matou milhares.
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