O conceito de indústria cultural foi criado por Adorno e
Horkheimer, filósofos que fizeram parte da Escola de Frankfurt, e descreve a
forma de fazer arte de acordo com o sistema econômico capitalista, que, como todos
sabem, tem como principal objetivo o lucro e acumulo de capital. O que “Florence:
Quem é Esta Mulher?” faz é ser um produto da indústria cultural que fala
justamente da indústria cultural.
Dirigido por Stephen Frears, o filme conta a história de
Florence Foster Jenkins – Meryl Streep – atriz, dona de um teatro em Nova York
e entusiasta da música clássica. Casada com St.Clair Bayfield – Hugh Grant –
também um entusiasta musical. A mulher, após assistir a uma ópera, decide por
tentar a carreira de cantora, e para isso contrata o pianista Cosmé McMoon –
Simon Helberg – porém, Florence não tem talento algum para o canto.
Um filme que se torna maniqueísta ao extremo ao longo de
suas quase duas horas de projeção, e que faz uso de uma montagem confusa, que não
ajuda a historia a fluir, além de que, caracteriza o amor de uma forma cruel, pois, sabendo que a mulher canta mal, o marido opta mesmo assim por fazê-la
acreditar que ela canta bem, quando ao menos poderia ter dito a verdade, logo,
quando vemos apenas mentiras e falsidade disfarçados de amor e carinho, ficamos
tristes pela protagonista.
E, se ficamos tristes pela protagonista, é porque a atuação
de Meryl Streep ajuda nisso, ela compõe Florence de maneira a sentirmos pena da
personagem, e percebemos que o cantar para ela era apenas um capricho, que,
poderia ter evitado uma série de consequências se alguém próximo à senhora
tivesse sinceridade e coragem o suficientes. Hugh Grant aqui compõe um
aristocrata, que ama a música, mas, tem sérios problemas para se relacionar com
as pessoas, não só com a mulher, mas com aqueles próximos a ela também, o que o
faz um homem solitário. Simon Helberg consegue convencer como o pianista
McMoon, além de amar música, ele é aquele quem realmente demonstra algum tipo
de afeto por Florence, mesmo com sua carreira de pianista em risco.
Logo, “Florence: Quem é Esta Mulher?” é um filme que não
mostra aonde quer chegar com sua historia, não expõe se é uma critica ou um
elogio a indústria cultural citada acima e, além disso, consegue ser confuso e
entediante, se tornando uma experiência que vale a pena por conta de suas
atuações.
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