Imagem: AdoroCinema |
O cinema nacional vem cada vez mais, nos últimos anos,
revelando bons diretores e diretoras, e graças à pluralidade de nosso país,
essas pessoas nos oferecem longas variados, de diferentes temas e que se passam
em diferentes cidades.
Esse é, sem dúvida o caso de “A Cidade Onde Envelheço”,
primeiro longa de Marília Rocha (já conhecida pelos seus documentários), que
conta a história de Teresa, chegando de viagem vai morar no apartamento de sua
amiga Francisca. As duas são de Portugal e as duas são jovens mulheres,
independentes e fortes.
O foco do filme nas duas personagens principais faz o
público entender e se identificar com cada uma delas. A montagem favorece esse
aspecto de empatia, já que a projeção é bem estruturada, sendo dividida de
forma igual entre as historias das duas amigas, mostrando a vida pessoal de
cada uma, seus amigos, casos, festas e compromissos individuais.
A fotografia comunica o quanto que as duas gostam de viver,
através da claridade e exposição da luz, mesmo quando as cenas se passam em
ambientes escuros. Esse segmento técnico faz com que percebamos que não são
apenas as duas que o filme tem como personagem, mas, a cidade de Belo
Horizonte também faz parte da história, conhecemos a cidade pelo olhar das
mulheres, visitamos o lugar, justamente quando elas visitam.
E por esse motivo, conseguimos perceber um conflito
cultural (a cena da discussão dos azulejos é um resumo desse conflito), entre
os brasileiros e os europeus, vemos formas de viver diferentes, maneiras de
encarar a vida e de aproveita-la também diversas, mas, nem por isso, é
impossível viver com pessoas de lugares e culturas diferentes, isso fica claro
na quantidade de amigos brasileiros que as duas tem.
Logo, “A Cidade onde Envelheço”, é um filme bonito
visualmente, inteligente tecnicamente, que passa uma mensagem bacana de
vivencia entre povos, e deixa uma reflexão perspicaz, que é onde e como viver? O
que cada de um de nós fará até envelhecer? Isso, só o tempo nos dirá, mas, é
algo em que vale a pena pensar.
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