Imagem: Paramount Pictures / DIVULGAÇÃO |
A franquia “Missão: Impossível”, iniciada em 1996, sempre
trouxe inovações no gênero de ação, ao mesmo tempo que traz o aquilo que o
público deseja, puro entretenimento, simples assim. Um personagem bem definido
interpretado por um ator carismático, elenco secundário bem construído e claro,
grandes sequencias de ação por duas horas ou mais.
Três anos após dirigir “Nação Secreta”, Christopher
McQuarrie volta ao comando de um filme da franquia, porém, apesar do mesmo
vilão, “Efeito Fallout” é uma obra melhor que a antecessora, usando os pontos
positivos desta e trazendo outras coisas interessantes, mesmo que uma delas
seja do filme passado.
Como sempre estrelado por Tom Cruise, novamente o agente
secreto Ethan Hunt está enfrentando o Sindicato, agora convertido em uma facção
chamada “Os Apóstolos” que planeja usar um elemento químico raro para criar
bombas e utiliza-las como bem entende. Para ajudar na missão, Ethan conta com a
ajuda de sua equipe formada por Luther (Ving Rhames), Benji (Simon Pegg) e Ilsa
(Rebecca Ferguson) e com o novo membro Walker (Henry Cavill), todos com o
objetivo de impedir a utilização das bombas e de manter Solomon Lane (Sean
Harris) preso.
O filme trabalha bem criando a tensão e perigos reais de
morte para o protagonista, além de ter sequencias de ação muito criativas, com a
câmera sendo bem movida e com cortes nos pontos certos, fazendo com que o
público enxergue toda a cena, seja lá o quanto movimentada seja, sem nenhuma
dificuldade.
Esses cortes também servem para trabalhar o desenvolvimento
do vilão (ou vilões). Novamente sendo o principal antagonista da trama, Lane é mais
aprofundado, com a ajuda das informações dadas ao público no filme anterior, vemos
um vilão mais objetivo em ter o que quer e com as suas motivações sendo melhor
expostas, graças a um roteiro bem escrito.
Roteiro este que sendo complexo, trabalha a tensão muito bem
usando os espaços onde as cenas acontecem e claro, essa tensão é o sentimento
dominante nas cenas de ação, como por exemplo na cena onde Ethan e Walker
saltam de paraquedas, que é brilhante justamente por fazer o público, já no início,
não tentar prever o que acontecerá e na cena da perseguição em Londres, onde a
pé, Hunt nos dá um dos melhores momentos da franquia, correndo e pulando de
prédios como poucos.
E se o significado de Hunt em português é “caça”, Ethan de
fato está sempre caçando, porém, ao contrário de outros filmes de ação, os
bandidos aqui oferecem um perigo real, equilibrando a luta e não servindo
apenas de saco de pancada, dificultando a caça, um exemplo disso é a cena da briga no banheiro,
porém, todas as outras sequencias de ação podem comprovar este ponto.
Assim como a atuação de Tom Cruise, um ator sempre intenso
em seus papeis. Ele nos oferece mais uma vez um Ethan Hunt ativo,
inteligente, articulado e apesar de toda a loucura que acontece, otimista,
acreditando que tudo vai dar certo no final, mesmo que não seja exatamente
como ele deseja.
O elenco secundário novamente faz um bom trabalho, o
destaque vai para Simon Pegg, um ator com ótimo timing cômico, soltando suas
piadas de maneira natural, soando convincentes por isso, mesmo que o momento
para as gracinhas não seja o ideal e Henry Cavill oferece um trabalho
interessante, mostrando firmeza na criação do personagem, assim como fez na
série The Tudors e como Super Homem.
Apesar disso tudo, no terceiro ato, o roteiro peca ao
estabelecer diálogos expositivos e bobos, explicando coisas ao público que já
tinham sido explicadas, o exemplo claro é o desarmamento (ou não da bomba),
porém, a grande parte dos diálogos deste ato poderiam ter sido feitos de outra
forma, talvez sendo mais curtos ou caso tivessem reescritos eles funcionassem perfeitamente.
Se sustentando por duas horas e meia sem abaixar o nível de
qualidade em nenhum momento, “Missão: Impossível – Efeito Fallout” é um filme
de ação que impressiona por seu ritmo, pelas cenas bem construídas e
pertencentes ao gênero e claro, pelo personagem principal que nunca decepciona,
assim como o ator que o interpreta.
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