Imagem: Sony Pictures / DIVULGAÇÃO |
De certa forma, “Adoráveis Mulheres”, baseado no livro clássico (e que já ganhou varias adaptações audiovisuais) "Mulherzinhas" de Louisa May Alcott é um filme sobre sonhos e como alguns deles mudam e outros se mantêm, mas estão sempre ali.
No caso, os sonhos que vemos não são apenas os das irmãs March, Jo (Saoirse Ronan), Amy (Florence Pugh), Meg (Emma Watson) e Beth (Eliza Scanlen), mas são também os nossos sonhos, já que, por incrível que pareça, os sonhos das quatro não são tão diferentes assim dos sonhos do público.
A protagonista é Jo, independente e ambiciosa, que deseja se tornar uma escritora de sucesso e está escrevendo um livro. Vendendo contos aqui e ali para jornais diversos de Nova Iorque, ela precisa, junto com suas irmãs, cuidar de Beth, que sempre foi doente e assim chega a hora de separar a infância da fase adulta.
É nessa separação que os sonhos entram pois, apesar de acompanharmos Jo, suas irmãs também estão presentes na narrativa, Amy quer ser pintora, Meg quer casar e construir família e Beth, apesar da sua situação, quer ser pianista e é na divisão do aprofundamento desses arcos que Greta Gerwig, diretora e roteirista, faz o filme ser sobre o que é.
Pois nessas trajetórias estão expostos os sentimentos que levam o público a se identificar com esses sonhos e “adaptá-los” para sua própria vida, assim, nos vemos naqueles caminhos, naqueles sentimentos, nas dúvidas e angústias das personagens, além de claro, nas felicidades também.
Talvez seja isso que faz “Adoráveis Mulheres” ser tão bonito, a facilidade de identificação, pois são apenas pessoas tentando ser aquilo que nasceram para ser e no meio do caminho, descobrindo que não nasceram para ser aquilo que pensavam que seriam, que o seu sonho não se realizaria no fim de tudo.
Sem a montagem, que une os caminhos das personagens, não seria possível perceber isso, assim como não seria possível perceber as mudanças em cada uma delas e como essas mudanças tornou viável e um pouco mais fácil os caminhos a serem percorridos para realização dos maiores desejos das personagens. Os movimentos de câmera funcionam aliados com a montagem, levando fluidez aos caminhos das irmãs.
Em dado momento isso fica mais claro, quando a mãe das March, interpretada por Laura Dern, diz que há coisas muito boas para nos desistirmos e há coisas muito elevadas para nós nos sacrificarmos. Sem dúvida, de certa forma, essa é uma frase que resume as situações que as March passam durante as 2h15 de projeção.
Será que se Jo tivesse dito algo de diferente, a vida dela teria sido outra coisa? Será que se Amy não fosse tão impulsiva quanto é, algo teria mudado? Isso não fica claro e tudo bem, pois os caminhos das duas personagens citadas, assim como os caminhos do espectador, não estão claros e nunca vão estar, eles estão tão bagunçados quanto a casa das March.
Esse tipo de questionamento e de identificação que Gerwig constrói é o que faz o filme funcionar, pois estamos pensando não apenas nas March, mas também pensamos em nós e nos nossos sonhos e expectativas criadas e mais quebradas do que realizadas ao longo de nossas vidas.
Pois viver é difícil, como fica claro pela atuação de Ronan e pela construção utilizada por ela para Jo. Porém, ela sempre luta, sempre dá um passo a mais e o coração dela é tão grande que sem dúvida é uma inspiração para o público ver a trajetória da personagem.
Os sonhos quebrados dela e das irmãs talvez sejam os nossos sonhos, a vontade dela e das irmãs de serem o que são e construírem um mundo melhor, talvez seja uma vontade atual e existente em todos nós e sem dúvida, a rima visual e o jogo que Gerwig faz com a narrativa deixa o filme mais bonito e empático.
Porque apesar dos sonhos quebrados, tanto os do público, quanto os das personagens do filme, existem diversas coisas boas demais para serem abandonadas e coisas pelas quais não valem o sacrifício. Basta a nos sabermos diferenciar e assim como não é fácil para as March, não é fácil para ninguém.
Mas, mais cedo ou mais tarde, a capa do livro se fecha e outra pessoa a abre e escreve sua história, com seus sonhos e trajetórias confusas. O que esperamos é que a história seja tão boa quanto o novo filme de Gerwig e que os caminhos se unam como deve ser no fim de tudo.
Veja o trailer aqui:
A protagonista é Jo, independente e ambiciosa, que deseja se tornar uma escritora de sucesso e está escrevendo um livro. Vendendo contos aqui e ali para jornais diversos de Nova Iorque, ela precisa, junto com suas irmãs, cuidar de Beth, que sempre foi doente e assim chega a hora de separar a infância da fase adulta.
É nessa separação que os sonhos entram pois, apesar de acompanharmos Jo, suas irmãs também estão presentes na narrativa, Amy quer ser pintora, Meg quer casar e construir família e Beth, apesar da sua situação, quer ser pianista e é na divisão do aprofundamento desses arcos que Greta Gerwig, diretora e roteirista, faz o filme ser sobre o que é.
Pois nessas trajetórias estão expostos os sentimentos que levam o público a se identificar com esses sonhos e “adaptá-los” para sua própria vida, assim, nos vemos naqueles caminhos, naqueles sentimentos, nas dúvidas e angústias das personagens, além de claro, nas felicidades também.
Talvez seja isso que faz “Adoráveis Mulheres” ser tão bonito, a facilidade de identificação, pois são apenas pessoas tentando ser aquilo que nasceram para ser e no meio do caminho, descobrindo que não nasceram para ser aquilo que pensavam que seriam, que o seu sonho não se realizaria no fim de tudo.
Sem a montagem, que une os caminhos das personagens, não seria possível perceber isso, assim como não seria possível perceber as mudanças em cada uma delas e como essas mudanças tornou viável e um pouco mais fácil os caminhos a serem percorridos para realização dos maiores desejos das personagens. Os movimentos de câmera funcionam aliados com a montagem, levando fluidez aos caminhos das irmãs.
Em dado momento isso fica mais claro, quando a mãe das March, interpretada por Laura Dern, diz que há coisas muito boas para nos desistirmos e há coisas muito elevadas para nós nos sacrificarmos. Sem dúvida, de certa forma, essa é uma frase que resume as situações que as March passam durante as 2h15 de projeção.
Será que se Jo tivesse dito algo de diferente, a vida dela teria sido outra coisa? Será que se Amy não fosse tão impulsiva quanto é, algo teria mudado? Isso não fica claro e tudo bem, pois os caminhos das duas personagens citadas, assim como os caminhos do espectador, não estão claros e nunca vão estar, eles estão tão bagunçados quanto a casa das March.
Esse tipo de questionamento e de identificação que Gerwig constrói é o que faz o filme funcionar, pois estamos pensando não apenas nas March, mas também pensamos em nós e nos nossos sonhos e expectativas criadas e mais quebradas do que realizadas ao longo de nossas vidas.
Pois viver é difícil, como fica claro pela atuação de Ronan e pela construção utilizada por ela para Jo. Porém, ela sempre luta, sempre dá um passo a mais e o coração dela é tão grande que sem dúvida é uma inspiração para o público ver a trajetória da personagem.
Os sonhos quebrados dela e das irmãs talvez sejam os nossos sonhos, a vontade dela e das irmãs de serem o que são e construírem um mundo melhor, talvez seja uma vontade atual e existente em todos nós e sem dúvida, a rima visual e o jogo que Gerwig faz com a narrativa deixa o filme mais bonito e empático.
Porque apesar dos sonhos quebrados, tanto os do público, quanto os das personagens do filme, existem diversas coisas boas demais para serem abandonadas e coisas pelas quais não valem o sacrifício. Basta a nos sabermos diferenciar e assim como não é fácil para as March, não é fácil para ninguém.
Mas, mais cedo ou mais tarde, a capa do livro se fecha e outra pessoa a abre e escreve sua história, com seus sonhos e trajetórias confusas. O que esperamos é que a história seja tão boa quanto o novo filme de Gerwig e que os caminhos se unam como deve ser no fim de tudo.
Veja o trailer aqui:
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