2/10/2020 12:00:00 AM

Crítica: Aves de Rapina - Arlequina e sua emancipação fantabulosa

Aves de Rapina
Imagem: Warner Bros / DIVULGAÇÃO
Em geral, filmes baseados em histórias em quadrinhos são feitos para entreter, porém, a DC Comics não teve o sucesso que a sua rival, Marvel, teve nos últimos anos. Até que a casa de heróis como Superman e Batman embalou alguns sucessos de público, como “Mulher Maravilha”, “Aquaman” e “Shazam”.

Assim, tentando manter a fase nova, que consiste em uma metodologia diferente do que a usada por Zack Snyder, a DC lança “Aves de Rapina”, que mantém algumas das coisas que vimos em “Aquaman” e “Shazam”: cenas mais claras, sequências de ação que o público enxerga e foco na história que deseja contar.

Dirigido por Cathy Yan e escrito por Christina Hodson, acompanhamos Arlequina (Margot Robbie) vivendo o processo que é o subtítulo do filme, a “emancipação fantabulosa”. Ela e o Coringa terminaram o namoro e assim vários dos criminosos que ela incomodou passam a tentar matá-la, o que não faziam antes devido ao Coringa. Um desses, Roman Sionis (Ewan McGregor) tem essa vontade em específico devido a Arlequina estar protegendo uma menina que tem o diamante que ele deseja.

Para proteger a garota, ela conta com a ajuda de Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) e Renee Montoya (Rosie Perez), mulheres que, de alguma forma, tem seu trabalho ligado a Sionis, seja por vingança pessoal ou por investigar os crimes dele há muito tempo.

A obra usa durante todo o filme a montagem alternada, tendo como base a narração em off de Arlequina, que conta a história dela e contextualiza a história principal descrita acima. Assim, temos fatos desconexos que vão se ligando com o passar do tempo, graças a essas ferramentas técnicas.

Talvez, essa montagem alternada apresente alguns problemas de ritmo e em uma cena especifica com certeza isso acontece, mas, devido a qualidades dispostas abaixo, vemos que esse problema é compensado e se torna menor na medida que os fatos vão se desenrolando e sendo ligados pelo público e pelo roteiro.

Esses fatos são dispostos, na maioria das vezes, em cenas coloridas e em tomadas longas, realizadas pelo fotografo Matthew Libatique (parceiro frequente de Darren Aronofsky). Vemos isso principalmente nas cenas de ação, nas quais enxergamos o que acontece perfeitamente, graças a uma câmera fluida que permite ao público ver o que está acontecendo nesses momentos.

Não que as sequencias de ação sejam criativas, mas elas são bem filmadas e funcionais, que é o importa nesse filme. O criativo na obra está no humor que diverte e é sarcástico na medida certa, não apenas pelo roteiro, que valoriza a diversão e dá atenção a ela, mas também pela atuação de Margot Robbie, que faz a comédia funcionar no filme mesmo nos momentos mais sérios.

É graças ao trabalho de Robbie, que Arlequina se torna uma personagem agradável e que o filme não se leva a sério, o que deixa a obra mais engraçada ainda e faz até alguns erros, passarem batido. Não que esses erros não sejam sérios, mas, por ser um filme divertido e que entretém o público tão bem, não tem problema nenhum nisso.

Por exemplo, porque uma dada personagem, ao cair de um local muito alto, não morreu? Ou, ainda, porque uma dada personagem, demorou tanto para usar os poderes, sendo que eles são necessários nas batalhas e combinam com o filme?

Esses questionamentos são válidos, porém, eles perdem a importância devido a sensação que o filme causa no público, que provavelmente sairá da sala feliz e tendo se divertido por quase duas horas de projeção. Por conta disso, “Aves de Rapina” é um filme que mantém a atual boa fase da DC Comics.

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