2/17/2020 12:00:00 AM

Crítica: Maria e João - O Conto das Bruxas

Maria e João - O Conto das Bruxas
Imagem: Imagem Filmes / DIVULGAÇÃO
A falta de criatividade em Hollywood atualmente leva a produção de várias refilmagens de filmes clássicos ou de histórias que já ganharam adaptações, as quais tiveram sucesso relativo de bilheteria, o suficiente para serem refeitas anos mais tarde e atraírem público novamente.

Dar novas roupagens a histórias já conhecidas e amadas pelo público não é ruim, o problema é quando o novo filme não sabe onde quer chegar com sua história e com sua nova proposta e esse é o caso de “Maria e João: O Conto das Bruxas”.

Dirigido por Oz Perkins e escrito por Rob Hayes, acompanhamos a história dos irmãos do título quando esses, após serem expulsos de casa pela mãe, se perdem na floresta até acharem uma bruxa que os abriga com o objetivo de se alimentar dos dois. Desconfiada, Maria (Sophia Lillis), uma jovem com poderes e visões, passa a pensar que a bruxa tem outras intenções ao invés das já citadas.

Só pela sinopse, dá para perceber que o filme não segue o conto dos Irmãos Grimm, primeiro porque no texto clássico, João é o protagonista, segundo porque Maria não tem poderes na história em questão. Logo, temos uma ideia nova e dentro dos filmes já feitos para João e Maria, inédita.

E essa ideia é disposta de forma mais focada no terror. A fotografia é escura, com cores como azul e cinza, além de uma certa gradualidade nos quadros, que na parte superior são sempre cinzas para, nas partes intermediária e inferior terem alguma cor em tom escuro.

No caso, as cores representam a tristeza de Maria e o potencial ainda não descoberto dessa, que sabe da existência de seus poderes, mas não sabe o que pode fazer com eles. A câmera constantemente em contra plongée (de baixo para cima) e sendo movimentada para trás, expõe essa jornada de descoberta ao mesmo tempo que reforça o protagonismo de Maria.

Mas, o roteiro e a montagem prejudicam o ritmo do filme. No caso do roteiro, ele cria muitas expectativas e dúvidas que não são respondidas e são abandonadas pela trama logo após serem apresentadas, como, por exemplo o motivo da mãe ter expulsado os filhos de casa e, citando outra situação, porque um adulto (o rapaz que ajuda as crianças em certa ocasião após eles serem expulsos), mandaria duas crianças sozinhas para floresta?

Nós nunca sabemos as respostas para essas perguntas e para os outros questionamentos que o filme cria, porque o roteiro não as desenvolve e porque a montagem não dá o tempo necessário para que esse aprofundamento aconteça, as uma hora e 27 minutos de duração não são suficientes para que o filme atinja seu potencial.

Aliado a isso, há alguns erros de continuidade, bobos sim, mas que fazem diferença na trama pois em um corte, a roupa de um personagem muda ou um personagem aparece com algo na mão que no momento anterior não estava nem perto dele e outros que não são grandes erros, mas fazem a diferença na imersão do espectador.

Portanto, “Maria e João: O Conto das Bruxas”, tem boas ideias, principalmente no aspecto visual, mas o roteiro vazio e a montagem que não dá tempo para o aprofundamento da história, prejudicam o filme que poderia ser um bom remake, mas é só mais uma refilmagem em uma época em que confirmam cada vez mais refilmagens para o futuro.

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