8/26/2020 12:00:00 AM

Fantasia Festival - Crítica: The Oak Room + Night Shifts

The Oak Room
Imagem: Stills / Fantasia Festival







Texto que faz parte da cobertura da edição 2020 do Festival Fantasia

This critic is part of Fantasia Festival 2020 coverage

OBSERVAÇÃO: Night Shifts é um curta, por isso, a crítica é menor. Você encontra o texto logo após o fim da crítica de The Oak Room

Cinema nada mais é do que histórias sendo contadas e gravadas através de uma câmera, de forma que o público possa assistir essas histórias quantas vezes desejar em um longo período. Sendo assim “The Oak Room” (A sala de carvalho), dirigido por Cody Calahan é sobre contar histórias.

Pois nada mais real do que contar uma história tomando alguma coisa em um bar, seja para um amigo ou para uma pessoa desconhecida, dependendo do quanto você já bebeu, claro. Aqui, vemos uma história que fala de passado, presente e futuro. Steve (RJ Mitte, o Walter Jr de Breaking Bad) é o protagonista dessa história.
Voltando para casa após um tempo fora, ele vai direto ao bar do melhor amigo de seu pai, Paul (Peter Outerbridge) para buscar dinheiro e uma maleta de conteúdo nunca revelado. Lá, ele passa a contar uma história para Paul que envolve um outro bar da região, o “The Oak Room”.

Assim, o público é convidado a acompanhar um filme sobre histórias e sobre o ato de compartilha-las e a estrutura da obra é essencial para que isso funcione, já que acompanhamos histórias serem contadas dentro de histórias, o que cria uma atmosfera de suspense que deixa o espectador curioso e o faz permanecer no filme durante as 1h30 de duração.

Graças a esse suspense, vemos como passado, presente e futuro podem ser misturar e geralmente se misturam graças as pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, na história que está sendo contada naquele momento por um dos personagens, assim o “brincar com a verdade” ou, como Paul fala, “Goose the truth” é o que faz o filme funcionar.

Pois ao brincar com a verdade é que a obra se torna um filme sobre ciclos, é só reparar em como, por exemplo, Steve tem a mesma vida que o pai dele teve por um tempo e como ambos foram parar em um inferno pessoal causado por eles mesmos, o que faz o público pensar que Paul e até mesmo Michael (Ari Millen, de “Orphan Black”) são personagens secundários, mas não são.

Se Michael tem suas aparições devido a ser um personagem na história de Steve, é porque Calahan quis assim, pois dessa forma, ele mantém o suspense durante o filme todo e cria a expectativa necessária para que a tensão entre Steve e Paul funcione.

E há bastante tensão entre os dois, devido a Steve ser um filho ruim que nem ao funeral do pai compareceu, de forma que Paul nutre um rancor justificado pelo filho do melhor amigo e essa informação, que parece ser jogada no meio do filme, é muito importante no que diz respeito ao desenrolar da trama.

Assim, “The Oak Room” demonstra ser um filme que sabe para onde quer levar o público e principalmente, sabe como fazer isso com segurança, se tornando uma obra de suspense interessante que leva a sério as histórias que se propõe a contar.

Texto que faz parte da cobertura da edição 2020 do Festival Fantasia

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Night Shifts
Imagem: Fantasia Festival / Stills
Night Shifts:

Se a gente para e pensa no que acontece com as pessoas com quem estudamos no ensino médio, vemos que não sabíamos nada daquelas pessoas e eles não sabiam nada da gente e as relações se baseavam em pura e simples juventude, além, claro, da obrigação escolar.

Claro que há exceções, mas são dessas relações passageiras que Night Shifts, dirigido e escrito por Finn Wolfhard (Sim, ele mesmo, o Mike de Stranger Things) fala, já que vemos um jovem caixa de loja de conveniência ser assaltado por alguém com quem estudou e ao se reconhecerem tudo muda.

Com apenas quatro minutos de duração é o filme é leve e engraçado, onde vemos como tudo é mutável e o desconhecimento pleno que temos um do outro, de forma que apesar da simplicidade, o espectador sai satisfeito do filme e até mesmo com uma sensação de divertimento inesperada.

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