8/14/2020 12:00:00 AM

Fantasia Festival - Crítica: Sleep

Sleep
Imagem: Fantasia Festival / Stills

Texto que faz parte da cobertura da edição 2020 do Festival Fantasia

This critic is part of Fantasia Festival 2020 coverage

Não dá para negar que a ideia de “Sleep” (Dormir) é boa, vemos na tela, durante uma hora e quarenta minutos de projeção, algo que é uma mistura de conto de fadas do Irmãos Grimm com aquelas histórias de terror que são contadas por pessoas em acampamentos ou reuniões com amigos e familiares, porém, a execução poderia ser melhor.

Digo isso porque a estrutura do filme dirigido e co escrito por Michael Venus é confusa, deixando muita coisa da história a cargo do público e pouca coisa a comando da direção. Acompanhamos Mona, filha de Marlene (Sandra Huller) que após a mãe passar mal e ir parar em um hospital de uma cidade pequena, ela vai até lá e descobre que os pesadelos que a mãe acredita serem reais, de fato podem ser, devido a história do hotel onde fica hospedada.

Assim, o filme se desenvolve a partir desse contexto, porém logo de cara vemos um problema, que é o não aprofundamento desse desde o inicio da história, pois esta já inicia no meio da ação, sem tempo para que o público respire e compreenda o que está acontecendo.

Isso é algo que dificulta o entendimento futuro da história, pois na medida que o tempo passa, os pesadelos e a realidade destes vai fazendo cada vez mais parte da investigação de Mona e por consequência direta disso, vai fazendo mais parte da estrutura que o filme adota, que é uma onde não sabemos se estamos vendo uma das personagens ter um pesadelo ou se estamos acompanhando a vida real destas.

Sem dúvida, isso acontece devido a montagem, que além de, como já dito, não dar tempo para o público respirar, também não dá ritmo a obra, o que faz a sua duração (dita acima) que é relativamente curta parecer longa demais para um filme com o objetivo que essa obra tem.

Justamente por ter um objetivo (que não pode ser detalhado aqui para evitar spoilers) é que a ideia da obra é boa. Ao invés de acompanharmos a vida real e uma rotina comum, vemos um dia a dia conturbado ao máximo por pesadelos originados de algo que não sabemos o que, mas sabemos que é ruim.

Por esse motivo, cria-se inevitavelmente terror na história e desperta a curiosidade do público de permanecer até o final do filme para descobrir o que é aquilo, sua causa, origem e principalmente, os motivos pelos quais tudo o que acontece, acontece.

Logo, “Sleep” é um filme que poderia ser melhor, pois carrega um potencial absurdo de excelência, porém, pelos motivos citados acima, vemos um filme que é apenas bom para quem o entende e entretém o público por um tempo, por mais que deixe uma sensação de vazio em quem assiste.

Texto que faz parte da cobertura da edição 2020 do Festival Fantasia

This critic is part of Fantasia Festival 2020 coverage

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