9/21/2020 12:00:00 AM

Crítica: A Vastidão da Noite

A Vastidão da Noite
Imagem: Amazon / DIVULGAÇÃO
Nos últimos anos, a estética oitentista e as temáticas de ficção cientifica dessa época voltaram a popularidade, o maior exemplo disso, sem dúvida, é a série da Netflix, Stranger Things, que pode ser considerada um ponto de virada no retorno desse estilo.

“A Vastidão da Noite” é um filme da concorrente, Amazon, que usa dessa mesma estética, seja o período temporal ou a temática, para contar uma história que também é de ficção cientifica.

Dirigido por Andrew Patterson, acompanhamos Fay, uma telefonista, moradora de uma cidade pequena. Após escutar um som estranho, ela decide investigá-lo junto com seu amigo, Everett, um radialista, que a ajuda no processo, já que toda a cidade está deserta devido a um jogo de basquete.

O filme se baseia no mistério, na expectativa da descoberta desse e principalmente na crença do público que aquele som, assim como os personagens acreditam, sejam de alienígenas que chegaram na Terra naquele momento. Logo, algo importante para que a obra funcione para o espectador é que ele, assim como os personagens, acredite que não estamos sozinhos no universo.

O filme faz duas apostas, na crença do espectador e (ou, caso essa não exista), na curiosidade dele de saber se tudo aquilo de fato é verdade e se aliens existem ou não. Os diálogos deixam isso bem claro, ao focar na investigação e de certa maneira, não aprofundar os personagens do filme.

Não que isso seja um problema, pois a obra tem um objetivo muito claro e essa é uma ferramenta utilizada para que este seja cumprido. É apenas interessante que o desenvolvimento dos personagens seja baseado inteiramente na crença deles em algo que ninguém sabe se existe ou não e não nas suas trajetórias pessoais.

Através disso, vemos como a obra tem ritmo, pois o público, mesmo o cético (como eu), fica no mínimo intrigado para saber o final do filme e para descobrir a solução daquele mistério. Assim como em “Contatos imediatos de terceiro grau”, a montagem e o fato de a história ser acelerada e dar muita informação para o espectador, faz com que este fique no filme.

Por mais que a obra funcione muito melhor para os não céticos, é interessante notar que a efetividade dela é algo universal. Reparem que, por mais que várias das pessoas com as quais Fay e Everett conversem falem “tem algo no céu”, os protagonistas e por consequência o público, nunca olham para o céu, o que reforça a necessidade da crença para que o filme funcione.

Assim, “A Vastidão da Noite” é um bom filme, que serve para entreter quem o assiste durante uma hora e meia de projeção, usando a curiosidade e a crença para construir sua história.

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