Imagem: DIVULGAÇÃO |
Ou seja, o que o espectador assiste é algo previsível,
porém, graças a Felix (Bill Murray), Laura (Rashida Jones) e Dean (Marlon Wayans)
o filme se torna divertido. Acompanhamos a história de Laura quando esta desconfia
que Dean, seu marido e pai de suas duas filhas, está traindo ela. Para descobrir
a verdade, ela e o pai, Felix, passam a investigar.
A jornada é divertida graças aos personagens, que conseguem transmitir para o público justamente aquilo que a diretora queria, uma leveza apesar de tratar de um assunto bem sério. Na medida que o filme vai se desenvolvendo, percebemos essa leveza e acabamos nos divertindo com a história.
Porém, a história não é divertida, na verdade, é uma
história bem triste. Não apenas por se tratar de uma suspeita de adultério ou de
usar basicamente o filme todo usar uma cor que costuma representar a tristeza (o
azul), mas principalmente porque vemos como Felix afetou a filha de diversas
formas, apenas por ter sido um mal marido para a mãe dela.
Não apenas mal marido, mas também uma má pessoa em uma série
de pontos, o que não mudou depois que ele envelheceu. Vemos que ele é sim,
muito inteligente, que conhece uma série de culturas e que é bom no seu
trabalho, porém, vemos que ele reproduz o machismo inerente a todo homem e que
não se esforça para mudar isso.
Mas, você pode pensar “ainda assim ele diverte”, sim, de
fato, mas isso se deve ao talento de Bill Murray e não nega o fato de que o
personagem que ele interpreta é machista. É só reparar em como ele paquera
todas as mulheres (com exceção da filha) que encontra no decorrer da obra (a
garçonete, a professora de balé da neta e por aí vai), como se mulheres fossem
apenas para isso.
Ao menos, Coppola faz de Laura uma pessoa que o confronta no que diz respeito a isso e claro, se a relação entre os dois e a química em tela
funciona, isso se deve principalmente a Rashida Jones, que com seu ótimo timing
para mudar de comédia para drama, consegue oscilar entre um e outro com perfeição,
sabendo quando ser séria e quando ser levemente engraçada.
Porque é aí que está, “On the rocks” é um filme que oscila
entre gêneros e entre discussões. Se a obra é divertida apesar de tratar de um
assunto sério, ela apenas consegue tratar desse assunto sério e passar uma
mensagem válida devido ao talento de seu elenco e não por outros aspectos ditos
mais técnicos que envolvem o cinema.
Ou seja, é um bom filme, mas a possibilidade do espectador
esquecer dele logo após terminar de assistir é bem alta.
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