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Texto que faz parte da cobertura da edição 2021 do Festival Fantasia
As vezes, a gente esquece que o cinema pode ser apenas sobre
amor e que esse sentimento pode não ser representado por uma comédia romântica,
mas também por outros gêneros e filmes, basta o idealizador da obra (diretor ou diretora), tenha uma ideia e um fio condutor a seguir enquanto a
executa.
Esse é o principal mérito de “Its a summer film” que conta a
história de Barefoot, uma jovem adolescente que tem a vontade e a ideia de
fazer um filme de samurai, mas que não a executa até que as amigas a incentivam
e principalmente, por ter encontrado aquele que seria o ator ideal, o porém é
que ele é um viajante do tempo.
O diretor Soushi Matsumoto constrói um filme leve e que em diversos momentos encanta pelo sentimento que é transmitido em tela. A vontade daqueles jovens de fazer cinema é notável e rara, principalmente levando em consideração como é difícil fazer um filme. O principal recurso que Barefoot e seus amigos/colegas de trabalho tem é um ao outro.
Eu sei que esse ponto de vista é romântico, mas da mesma
forma que a protagonista acredita que o filme dela é um filme de amor, “Its a
summer film” é uma declaração de amor pelas artes e claro, pelo cinema, principalmente
se levarmos em consideração que o filme de Matsumoto tem como tema principal os
próprios filmes.
É só reparar que todos aqueles jovens, mesmo os que não
fazem parte da turma próxima a Barefoot, amam cinema e suas variedades. A
diretora do outro filme realizado na mesma turma da protagonista gosta de comédias
românticas, alguns dos colegas de sala gostam de filmes de ação e assim vai,
expondo como há um filme para todos, independente do objetivo que você tenha:
entretenimento ou estudo.
Ou seja, o cinema é uma arte inclusiva, por mais que tenha,
ao longo dos anos, transformado sua imagem em uma imagem elitista. Claro que é
preciso dinheiro para fazer um filme, porém, filmes também podem ser feitos com
poucos recursos, o problema é que as obras feitas dessa forma são pouco
valorizadas pelo público devido ao domínio da elite.
A sessão de apresentação do filme de Barefoot é uma mostra
disso. A sala tinha apenas os colegas de classe e alguns pais, mesmo que a
exibição fizesse parte de uma feira cultural organizada pelos alunos. As pessoas
não vão, porque não há interesse e não porque não há oferta de filmes.
Essa cena em específico pode fazer o público (principalmente
o cinéfilo, critico ou profissional da indústria), pensar no que pode fazer
para que esse tipo de coisa não aconteça novamente. Inicialmente, eu posso
estar fazendo algo com essa crítica aqui, mas, talvez possa fazer mais no
futuro, infelizmente, eu não sei.
Porém, o que importa, é que “Its a summer film” é um filme
que deixa o espectador leve quando acaba, mesmo que gere as reflexões que desenvolvi
de forma breve nesse texto. O filme de Matsumoto diverte, cria esperança e faz
acreditar em um futuro possível dentro dos filmes que tanto amamos.
Texto que faz parte da cobertura da edição 2021 do Festival Fantasia
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