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| Imagem: DIVULGAÇÃO |
Texto que faz parte da cobertura da edição 2022 do Festival Fantasia
“eu acho que ser gentil é sua habilidade especial.”
“Ser gentil vai me fazer entrar na universidade?”
“Não, mas nem todo mundo é gentil, nem todo mundo é gentil comigo, é difícil encontrar pessoas gentis.”
This critic is part of Fantasia Festival 2022 coverage
“eu acho que ser gentil é sua habilidade especial.”
“Ser gentil vai me fazer entrar na universidade?”
“Não, mas nem todo mundo é gentil, nem todo mundo é gentil comigo, é difícil encontrar pessoas gentis.”
É estranho quando um filme consegue ser várias coisas partindo de um ponto que muitos de nós, como espectadores, consideram bobo, mesmo que para muitas pessoas isso não seja nada bobo, na verdade, muitos encaram essas coisas como uma profissão, uma carreira a seguir pelo resto da vida.
O problema é quando essa carreira atrapalha a rotina e por consequência, o crescimento pessoal. Jay e Kao são apaixonados e encontraram um no outro uma chance de serem acolhidos, acharam gentileza. O diálogo acima de “Fast and feel love”, que é entre eles, mostra muito bem isso.
O problema é quando essa carreira atrapalha a rotina e por consequência, o crescimento pessoal. Jay e Kao são apaixonados e encontraram um no outro uma chance de serem acolhidos, acharam gentileza. O diálogo acima de “Fast and feel love”, que é entre eles, mostra muito bem isso.
Kao é um empilhador de copos e ele tenta bater o recorde mundial a todo custo. Jay é sua namorada desde os tempos de escola e o ajuda, cuidando de toda a casa e fazendo as tarefas para que ele se concentre apenas em bater o recorde, mas após ela cansar disso e decidir terminar com ele, o relacionamento entra em uma nova fase onde o aprendizado da rotina (e essa como ação) domina a vida.
Essa fase mistura várias coisas, mas principalmente gentileza e aprendizado, já que os protagonistas do filme dirigido por Nawapol Thamrongrattanarit (diretor do lindo “Mary is happy, Mary is happy”), nunca deixam de serem gentis um com o outro, mesmo que eles saibam que a história deles acabou, eles passam a ter, de maneira separada, mais um aprendizado em suas respectivas vidas.
Vidas que são inseparáveis, mesmo com esse futuro término. Se a rotina dele muda bruscamente e ele precisa amadurecer (já precisava na verdade, ele apenas demorou demais para isso), ambos estão muito tristes devido ao fim, mas precisam ser racionais. Essa racionalidade parte de Jay e de sua narração em off.
“Não comece com o voiceover igual você faz quando fica triste”, diz, em certo momento, uma amiga de Jay para ela, quando ela pensa por um breve momento em não terminar o relacionamento. Esse voiceover é tão importante para a personagem que acaba por dominar a trama, inclusive Kao (já que em dado momento o voiceover é exclusivamente dele) e assim vemos como ele amadureceu e entendeu que Jay estava certa.
Eles precisam seguir em frente um do outro e precisam entender (no caso, Kao precisa), que ele é capaz de se virar sozinho. Claro, ele é capaz, ele percebe isso, porém ele não quer fazer isso sem Jay. Tudo no filme leva o público a pensar em toda a história deles como um empilhamento de copos em busca de um recorde mundial.
Talvez seja por isso que todo o plano de fundo de competição por esse recorde funcione tão bem. Jay e Kao acumularam coisas ao longo de seu relacionamento, coisas boas e ruins, momentos diversos, conversas, aprendizados e tudo foi muito rápido (como vemos logo nos primeiros 15 minutos de obra), claro que a parte mais pesada disso ficou para Jay, pois Kao foi um companheiro negligente, mas ele também acumulou essas mesmas coisas e sentimentos.
Se não tivesse acumulado, eles não teriam ficado juntos tanto tempo e Kao não teria conseguido o que conseguiu, como dar as aulas de empilhamento na escola, se dar bem com a diretora, sustentar a mãe, manter boas relações com as pessoas, ao menos ele aprendeu, porque foi forçado a tal, que ele precisava de outras coisas e se transformar em um adulto funcional.
Ao menos, mesmo depois de tudo isso, nem Jay e nem Kao perderam o sentimento de gentileza que eles têm em si. Não apenas um com o outro, mas com o mundo. Assim como “Mary is Happy, Mary is Happy”, “Fast and feel love” é um filme de ação dentro da rotina e que faz o público pensar nos pequenos atos de gentileza existentes no dia a dia. E como é bonito ver algo assim.
Essa fase mistura várias coisas, mas principalmente gentileza e aprendizado, já que os protagonistas do filme dirigido por Nawapol Thamrongrattanarit (diretor do lindo “Mary is happy, Mary is happy”), nunca deixam de serem gentis um com o outro, mesmo que eles saibam que a história deles acabou, eles passam a ter, de maneira separada, mais um aprendizado em suas respectivas vidas.
Vidas que são inseparáveis, mesmo com esse futuro término. Se a rotina dele muda bruscamente e ele precisa amadurecer (já precisava na verdade, ele apenas demorou demais para isso), ambos estão muito tristes devido ao fim, mas precisam ser racionais. Essa racionalidade parte de Jay e de sua narração em off.
“Não comece com o voiceover igual você faz quando fica triste”, diz, em certo momento, uma amiga de Jay para ela, quando ela pensa por um breve momento em não terminar o relacionamento. Esse voiceover é tão importante para a personagem que acaba por dominar a trama, inclusive Kao (já que em dado momento o voiceover é exclusivamente dele) e assim vemos como ele amadureceu e entendeu que Jay estava certa.
Eles precisam seguir em frente um do outro e precisam entender (no caso, Kao precisa), que ele é capaz de se virar sozinho. Claro, ele é capaz, ele percebe isso, porém ele não quer fazer isso sem Jay. Tudo no filme leva o público a pensar em toda a história deles como um empilhamento de copos em busca de um recorde mundial.
Talvez seja por isso que todo o plano de fundo de competição por esse recorde funcione tão bem. Jay e Kao acumularam coisas ao longo de seu relacionamento, coisas boas e ruins, momentos diversos, conversas, aprendizados e tudo foi muito rápido (como vemos logo nos primeiros 15 minutos de obra), claro que a parte mais pesada disso ficou para Jay, pois Kao foi um companheiro negligente, mas ele também acumulou essas mesmas coisas e sentimentos.
Se não tivesse acumulado, eles não teriam ficado juntos tanto tempo e Kao não teria conseguido o que conseguiu, como dar as aulas de empilhamento na escola, se dar bem com a diretora, sustentar a mãe, manter boas relações com as pessoas, ao menos ele aprendeu, porque foi forçado a tal, que ele precisava de outras coisas e se transformar em um adulto funcional.
Ao menos, mesmo depois de tudo isso, nem Jay e nem Kao perderam o sentimento de gentileza que eles têm em si. Não apenas um com o outro, mas com o mundo. Assim como “Mary is Happy, Mary is Happy”, “Fast and feel love” é um filme de ação dentro da rotina e que faz o público pensar nos pequenos atos de gentileza existentes no dia a dia. E como é bonito ver algo assim.
Texto que faz parte da cobertura da edição 2022 do Festival Fantasia
This critic is part of Fantasia Festival 2022 coverage
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