11/02/2022 06:09:00 PM

12 pensamentos sobre E.T - O Extraterrestre

E.T - O Extraterrestre
Imagem: DIVULGAÇÃO

 1 – A primeira vez que eu assisti E.T eu era pequeno. Não lembro quantos anos tinha, mas lembro de como foi aquele dia. Tava sol e como eu odeio dias de sol, eu costumo lembrar dos dias bons que eu tive e que eram de sol, o filme tava em casa, alugado de uma locadora (que claro, hoje em dia não existe mais, o local hoje é uma lanchonete) e era um DVD (na época, estava naquela transferência entre K7 e DVD). Minha mãe estava em casa, passando roupa, enquanto via o filme na sala. Eu estava envolvido, mas o filme estava travando muito, minha mãe falava para eu parar de assistir, porque de fato travava muito, mas eu queria terminar, estava preso demais, envolvido demais. Terminei. Foi ótimo, não à toa lembro até hoje.

2 – Em compensação, a primeira vez que minha mãe assistiu E.T, não foi menos difícil. Ela foi ver com um dos irmãos mais velhos, que infelizmente não está mais aqui. Sessão legendada e até hoje minha mãe prefere filmes dublados, porque para ela as legendas são muito rápidas. Ela e meu tio (que adorava cinema), ficaram na sessão mesmo assim e até hoje ela lembra do quanto gostou do filme, não apenas porque o filme é bom, mas sim, porque é uma das memórias mais especiais dela com o irmão que tanto ama (no presente mesmo).

3 – Na sessão para a imprensa da restauração de E.T, podíamos levar acompanhantes, inclusive crianças. Um pai levou a filha pequena, uns 5, 6 anos. Ele estava animado, mas teve que ir embora, devido a sessão ser legendada. Pena.

4 – Spielberg sabe fazer bons filmes e sempre os fez durante sua longa carreira, E.T, Tubarão, Amor, sublime amor. Exemplos de como fazer blockbusters que ficam em nós.

5 – Mas, quando Spielberg é ruim, ele é ruim de verdade, com força. Basta ver Lincoln.

6 – Duvido que Spielberg e Melissa Mathison (roteirista de E.T), tenham feito de maneira consciente a família de Elliott sentir mais medo do governo dos Estados Unidos e os que eles fariam com o E.T, do que do E.T propriamente dito, mas isso diz muito sobre como governos, dependendo de quem os administra, podem causar medo nas pessoas.

7 – Da mesma forma, eu duvido que Spielberg e Mathison tenham sequer imaginado como a cena da escola e de Elliott soltando os sapos, os salvando da morte e colocando a sala dele em pleno caos, podia ser uma mensagem sobre revolução e mudança de controle dos meios. Mas isso aqui pode ser eu ainda em clima de eleição e de esperança, enxergando coisa onde não tem, como eu faço com frequência.

8 – A perseguição de bicicletas perto do final, quando Elliott, seu irmão mais velho (um menino amoroso demais, inclusive), é curiosa por uma série de motivos, mas reparei em algo interessante dessa vez, claramente, quando a câmera enquadra os meninos de lado, os amigos de Michael e o próprio de moletons claros e Elliott de moletom vermelho, vemos como Spielberg nem se preocupou em disfarçar o duble de Elliott, claramente um homem adulto, mas o envolvimento do público nessa cena está tão alto, que isso pouco importa, só é algo que bobos como eu reparam.

9 – Um dos médicos que analisam o E.T parece muito o Coppola. Fiquei pensando se era ele mesmo.

10 – Tensão absoluta. Confesso que após a cena da escola, senti um pouco de sono. Mas a partir da cena em que a NASA chega à casa de Elliott (após a cena do halloween), meu coração estava acelerado, eu estava apreensivo, tenso, arrepiado, mal conseguia respirar direito. É muito sofrido a sequência que leva aquele final lindo, um menino descobrindo a separação ao mesmo tempo que percebe que a família dele sempre estará lá. A tensão de Elliott, foi a minha tensão.

11 – “Eu estarei sempre aqui”, diz E.T para Elliott em sua última conversa. Assim como meu tio sempre estará com minha mãe e meus pais sempre estarão comigo. A separação de quem a gente ama é inexistente. Sempre teremos algo deles em nós graças as memórias boas e ruins.

12 – Queria voltar a aquele dia de sol com aquele DVD de E.T travando. Acho que minha mãe também queria voltar ao cinema com meu tio naquela sessão legendada.

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