8/07/2023 06:28:00 PM

Crítica: Fale comigo

Fale comigo
Imagem: DIVULGAÇÃO / Diamond Films

Mais cedo esse ano, "Fale Comigo", filme australiano, estreou em Sundance e fez sucesso entre o público e imprensa no festival, o que gerou uma grande expectativa das pessoas sobre o que seria tão bom nesse novo filme de terror.

Dirigido por Danny e Michael Phillippou, vemos a história de Mia (Sophie Wilde), jovem que perdeu a mãe recentemente e com a amiga Jade, descobre em uma festa uma mão de cerâmica que, ao apertar ela, um espírito entra no seu corpo e fala com as pessoas ao seu redor. A situação muda quando um desses espíritos agride Riley, o irmão de Jade e decide ficar dentro dele.


É estranho pensar em como esse filme vive de momentos, de algumas cenas boas em meio a várias outras cenas comuns, que com certeza já vimos antes em outros filmes de terror. 

Talvez as melhores cenas sejam as das duas festas, onde vemos em uma delas a mão de cerâmica funcionando pela primeira vez e a outra cena onde a mão possui Riley. Isso porque essas cenas mostram aqueles jovens sendo apenas jovens, curtindo a "brisa" que ser possuído dá. 

Essas cenas estão, de certa forma, isoladas no filme, já que a maioria do trabalho dos Phillippou é algo fechado em si, hermético, o que gera neutralidade no espectador. Claro, há alguns jumpscares e coisas parecidas com isso, a maquiagem dos espíritos é ótima e causa uma aflição grande no público, como os zooms no rosto machucado de Riley para dar um exemplo.

Mas, é só isso, não há nada que faça o espectador sair da neutralidade que "Fale Comigo" é durante 1h30, onde parece termos visto aquele filme várias vezes antes. Essas 1h30, passam a sensação de serem muito mais, justamente por essa neutralidade. "Fale Comigo" é um filme que não falou comigo (com o perdão do trocadilho).

Talvez ele fale com você, então, não fique desanimado em ir assistir caso você consuma algum tipo de conteúdo onde a pessoa tenha ficado neutra, assim como eu. 

Cinema, assim como arte de maneira geral, é sobre descobrir coisas novas e o que importa é se o filme te diz algo no fim das contas, isso é o que deve ser o principal peso na sua decisão de gostar ou não. O que importa em "Fale Comigo" são (quase que literalmente) os amigos que fizemos pelo caminho, o que importa para você gostar ou não de algo, é pura e unicamente você gostar desse algo. 

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