9/07/2023 11:13:00 AM

Crítica: A Freira 2

A Freira 2
Imagem: DIVULGAÇÃO / Warner Bros

Por Diego Quaglia

Em “A Freira 2”, a Irmã Irene (Taissa Farmiga) volta a enfrentar a entidade demoníaca que cruzou no filme anterior, se reencontrando com Maurice (Jonas Bloquet), seu antigo guia. A nova produção da dupla James Wan e Peter Safran também recebe a chegada de Michael Chaves como diretor desse segundo capítulo da trajetória de Irene, mas isso na realidade não faz nenhuma diferença. Chaves, um dos protegidos de Wan e Safran, é só mais um desses diretores de aluguel que acabam assumindo os projetos de terror concebidos pelos dois.

Se o filme esteticamente é menos desajeitado que o primeiro filme, ele também não tem nenhuma coesão visual, iluminando cenas na rua que vão de um dourado reluzente meio barroco até o sépia cinzento e lavado da maioria de suas sequências externas. Criação não existe nenhuma também, sem tensão ou inventividade para pensar os planos ou o medo de que ele quer passar, os bons elementos como as cenas externas que citei ou a caracterização de criaturas como o diabo, ficam soltas
durante o filme.


O que é constante é feitura genérica tanto da encenação, do visual e da narrativa, os sustos fáceis de sons aleatórios, tensão por destruições e todos os personagens gritando loucamente como se tivessem numa feira, passando longe de uma criação dela de fato, tudo é comum, banal, com um uso de trilha sonora irritante para criar sentimentos que o próprio filme não consegue e uma montagem afetada tão terrível com cortes tão bruscos que chegam a ser constrangedores. 

Num desses roteiros surpreendentemente creditado por três pessoas – na realidade talvez isso explique muita coisa dessa falta de personalidade diluída – Irene acaba ficando jogada dentro da trama de Maurice, que é puro mais do mesmo e com um sentimentalismo tão falso no seu envolvimento com as personagens da escola que ele trabalha como Kate (Anna Popplewell, a Susan de “Crônicas de Narnia” e que está a cara da Lindsay Ellis também) e sua filha Sophie (Katelyn Rose Downey).

Tudo parece inchado, exaustivo, meio pomposo, e dentro disso a nova companheira de Irene interpretada por Storm Reid de “Euphoria” não traz absolutamente nada de relevante para o filme, que fica dando voltas e mais voltas intermináveis até acabar.

No final das contas, existe uma cena pós–créditos que costura uma ligação com o universo “Invocação do Mal” e eu fico pensando que o James Wan tinha que usar o talento dele para dirigir um “Maligno” todos os anos para compensar esse bando de terror de shopping sem alma que saem com o selo dele todos os anos também.

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