4/25/2016 12:51:00 PM

Crítica: O Filho de Saul

O Filho de Saul


Filme húngaro, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e o Grand Prix no Festival de Cannes no ano passado, conta a historia de Saul, judeu obrigado a trabalhar em um campo de concentração nazista recolhendo corpos, ate que encontra em um desses recolhimentos, o corpo de seu filho.




Dirigido por Laszlo Nemes, “O Filho de Saul” não é um filme fácil de ser assistido, pois além de tratar de um tema pesado, o trata de forma crua, vemos isso em sua cena inicial, que dá o tom de toda projeção, quando acompanhamos Saul, no começo de seu trabalho, vemos a dor das pessoas que ele acompanha e logo após as vemos morrer, como se estivéssemos atrás do protagonista, pois a câmera se posiciona atrás dele, uma decisão sabia do diretor, que faz a empatia do publico por Saul, que já era grande, aumentar.

Esse ângulo de câmera é usado durante toda projeção, e acompanhamos a historia de Saul unicamente desta forma, a montagem aqui se torna mais importante, pois o filme parece ter apenas uma cena extensa, expondo toda a violência do campo de concentração, vemos mortes, agressões, abusos, assédios psicológicos, como se estivéssemos ali, atrás ou do lado de Saul, logo sentimos praticamente o que ele sente.

O elenco do filme é muito bom, todos os atores e atrizes conseguem passar o desespero, angustia e duvida, isso no caso dos prisioneiros, no caso dos alemães é passada com perfeição a cobiça, o poder, a frieza e o desrespeito ao próximo.

Mas é com Saul que sentimos que quando alguém fala de morte perto dele, ele fica feliz, porque uma morte certa é melhor do que uma esperança de fuga daquele lugar, vemos um homem comum, obviamente triste, esperando a morte enquanto seus dias passam. E percebemos tudo isso apenas pela posição da câmera, que muda durante os 25 minutos finais do filme, que é uma sequencia de cenas, cruel, arrebatadora e que tem um final esperado e ate mesmo aguardado por Saul. E pensar que essa situação exposta no filme deve ter acontecido com várias pessoas, e ainda pior, pensar que o final aguardado por Saul, foi aguardado, e até ansiado, por muita gente. Que coisa horrível retratada em um brilhante filme.

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