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Um documentário,
que consegue abordar vários pontos de vista, ao mesmo tempo que aponta diversas
reflexões a serem feitas por todas as pessoas. Esse é Curumim, que conta a
história de Marco Archer, primeiro brasileiro a ser condenado a morte, na Indonésia,
por trafico de drogas.
A obra
começa com um homem saltando de asa delta, em uma praia belíssima, e tudo isso
em preto e branco, após isso, percebemos que a história contada aqui não é a do
primeiro brasileiro a falecer em uma prisão, e sim a de uma pessoa comum, que
comete erros como todo mundo, e de como essa pessoa marcou a vida de outras,
seja com sua amizade, ou pelo trabalho.
E a
projeção acerta como nenhuma outra nesse aspecto, vemos aqui a pessoa Marco Archer, o amigo, o filho, o irmão, o amante de esportes praticados na praia,
como surfe, parapente e asa-delta. Mas, vemos também o condenado, o traficante
de drogas, que conviveu com pessoas desse meio, e como o que ele amava tanto, a
asa-delta, acabou o condenando, junto com sua fuga.
É esse
contraponto, que é o maior ponto positivo do filme, vemos os dois lados,
exposto por amigos de Curumim, de especialistas, padres, pelas cartas da mãe e
pelas imagens e ligações telefônicas feitas da prisão por ele. Tudo isso passa
a informação como nenhum veiculo de mídia passou, e a pesquisa foi essencial,
para que a justaposição dos pontos tenha sido feita com tanta destreza,
disciplina e elegância.
Essa
elegância é passada tecnicamente, o filme flui de forma perfeita, pulamos dos
anos 90 aos 2000 e voltamos aos 90 com facilidade, sem gerar confusão no
público, isso acontece por conta de uma montagem muito bem feita, com cortes
bem encaixados. O som merece destaque, muitas vezes ele compõe toda a cena, e
até mesmo é a cena, o que além de passar qualidade, mostra vontade de inovar, e
de contar histórias de formas diferentes.
E ainda
há as reflexões, o filme deixa uma mensagem clara ao espectador: A pena de
morte é realmente necessária? Vemos vários prisioneiros em depressão, solidão,
e isso como é exposto no filme é caracterizado como tortura, logo, pensando com empatia, nós como
pessoas, iriamos querer passar por isso? Todos nós cometemos erros, uns maiores
outros menores, mas acredito eu, ninguém merece passar por isso, somos todos
pessoas.
Pessoas
como Marco Archer, o Curumim, que foi feliz, teve várias histórias para
contar, cometeu erros que se encaixam nos “maiores erros” citados acima e pagou
por isso da pior forma. Somos pessoas como Marcos Prado, que acertou em tudo
nessa projeção, e conseguiu contar uma história e passar uma mensagem que todo
mundo sabe qual é, mas a maioria ignora: Todo mundo erra, todo mundo paga por
seus erros, mas todo mundo merece viver.
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