9/17/2018 12:32:00 AM

Crítica: 22 Milhas

22 Milhas
Imagem: DIAMOND FILMS / DIVULGAÇÃO

O gênero “ação” dentro do cinema, se estabeleceu nos anos 70 e 80, muito devido ao momento político dos Estados Unidos e a necessidade de demonstrar raiva, como se fosse um desabafo em forma visual, algo muito similar aconteceu com o gênero “Terror”.

Com tramas simples, mas roteiros bem elaborados, protagonistas cativantes e sequências de luta bem dinâmicas, as obras atraíram público e crítica de forma muito rápida. Apesar de nos anos 90 a qualidade dos filmes ter baixado, dos anos 2000 para cá a ação volta aos seus melhores dias, “22 milhas” dirigido por Peter Berg, é a prova disso.



Mark Wahlberg é Jimmy Silva, é o principal membro de uma equipe que tem como missão principal encontrar uma fonte de um elemento químico perigoso. Após um agente se entregar com um HD codificado cujo conteúdo são as localizações do elemento em questão, Silva e sua equipe (formada por Alice - Lauren Cohan - , Sam - Ronda Rousey e chefiada por Bishop – John Malkovich) precisam levar o rapaz até o aeroporto e manda-lo para os Estados Unidos, onde terá asilo, para o HD ser desbloqueado. O caminho tem as 22 milhas do título.

A obra consegue usar o roteiro para criar tensão e quebrar as expectativas do público a todo momento, graças a uma montagem que investe em cortes secos para trazer dinamismo à trama e acrescentar curiosidade no espectador.

Montagem que, apesar dos cortes secos, funciona bem por conseguir estabelecer as sequências de maneira bem ritmada, principalmente as que são exclusivamente lutas físicas, como aquela em que tentam matar o decodificador do HD dentro do quarto do hospital, que mostra outro ponto positivo, os bandidos não servem apenas como saco de pancada, eles podem e até ganham as lutas contra os heróis.

O fato de os vilões ganharem essas lutas, se deve a um roteiro que não os subestima e não cai nos clichês dos filmes de ação nos quais os heróis são imbatíveis, em “22 milhas”, eles são pessoas comuns apesar de muito bem treinadas, como mostra bem o arco de Alice.

Mesmo com todas essas qualidades, o filme peca no seu elenco, em sua maioria inexpressivo, com exceção de Wahlberg e Cohan, que nesse aspecto, seguram a projeção durante as suas 1h35 e apesar da montagem efetiva, o terceiro ato soa confuso, por não fechar certos arcos, mas, ainda assim esse ato conta com um final interessante e coeso dentro da proposta do filme e isso se deve ao primeiro ato, que não introduz bem os personagens, ou seja, a boa montagem é apenas nas sequências de ação. 

Logo, apesar de parecer ser apenas um filme para entretenimento, “22 milhas” tem seus pontos positivos e funciona como filme de ação,é um bom exemplar do gênero, mas, em alguns aspectos é convencional. 

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