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Na vida, a maioria das pessoas, ou ao menos aquelas que tem
sorte, fazem parte de várias famílias, não necessariamente de sangue, como a de
um grupo de amigos, a do trabalho (caso raro, porém existente), a da igreja e algumas
outras que existem por aí.
Para Pati (Claudio Giangreco), existe a família dos amigos,
a de sangue e a da prisão. Preso por um assalto realizado com seu irmão
Angiolino (Antonio Carluccio), crime que não correu como o planejado, o homem
tem um filho que deseja entrar nesse mundo e uma mulher proprietária de um mercado
e envolvida na política da cidade, onde o prefeito Filippo (Gustavo Caputo),
não gosta do seu trabalho no governo e quer se tornar um poeta.
Dirigido por Edoardo Winspeare, “A Vida em Família” se desenvolve
em cima desses personagens, para mostrar o cotidiano de uma bela cidadezinha no
interior da Itália, que por si só, é uma família em si, já que todos se
conhecem, se relacionam e, ao menos para as causas principais, se importam um
com o outro.
Essas diversas relações familiares são mostradas por um roteiro
que sabe como desenvolve-las e como fazer o público entender que tudo ali soa
como algo familiar, todos tem vários grupos diferentes no qual se relacionam e
que convergem nos momentos devidos, as vezes por motivos particulares de cada
pessoa.
Porque se o prefeito mantem um relacionamento com Pati, é
porque ele admira a figura do rapaz, por este ter mudado de vida e se dedicado
exclusivamente ao que ele gosta, como Filippo gostaria de fazer, se Pati não deixa
de falar com o irmão, é pelo amor que sente por ele e se Angiolino muda de vida
e não perde a esperança, é por causa do irmão e da sua admiração pelo Papa
Francisco, que rende uma cena bem engraçada.
E, por falar em algo engraçado, o filme trabalha muito bem a
comédia, com piadas orgânicas que se encaixam no contexto da cidade e no que aquelas
pessoas vivem ou tem vontade de viver. Os três atores que interpretam os personagens
centrais são competentes e sabem como usar a comédia a seu favor, principalmente
Carluccio, que usa do humor físico e da típica agitação italiana para compor o
seu papel e fazer piadas com maestria.
Apesar disso, o filme não precisa ter duas horas de duração
para funcionar, a obra é efetiva com esse tempo, porém poderia ser melhor se tivesse
uns vinte minutos a menos, com 1h30, 1h40 aproximadamente, a projeção teria
mais ritmo e evitaria algumas das cenas maçantes, que claramente foram escritas
sem um proposito adequado, como a cena inicial e final da lesma e aquela em que
o nome da cidade é perguntado por um turista.
“A Vida em Família” é um filme que funciona por divertir de
maneira simples, sem soar forçado e por ter aspectos de identificação fáceis com
o público, nenhum cinema fala tão bem sobre família como o cinema italiano e o
filme de Winspeare faz isso de maneira leve, simples e real.
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