Imagem: Nikolaj Møller / California Filmes / AdoroCinema / DIVULGAÇÃO |
A obra relata a história de Asger Holm, um policial afastado do trabalho nas ruas e que está passando pelo processo de retorno a este, porém, ele está, por enquanto, passando as ocorrências para as delegacias via departamento de telemarketing, ou seja, ele passa o dia todo no telefone. Um dia, ele recebe a ligação de que uma mulher foi sequestrada e tenta resolver o caso junto com os departamentos que trabalham nas ruas.
Porém, a obra foca apenas em Asger, vemos ele o tempo inteiro e apenas escutamos as vozes do receptor por trás do telefone. Com esse objetivo, o diretor usa a câmera muito próxima do personagem principal, trilha sonora, cortes secos para manter o ritmo e a não mudança de cenário.
Até porque ficamos em um único espaço, o departamento de telemarketing onde Asger trabalha, apenas mudando de locação três vezes: quando ele sai da sala com vários funcionários e vai para a sala particular e no final da obra, no momento em que o protagonista se dirige ao elevador.
O diretor faz essas mudanças usando duas ferramentas, o close up, que mantem a câmera próxima a Asger e aos objetos que ele usa, como o fone para fazer as chamadas, celular e computador, além de servir para gerar empatia com o protagonista, faz o público se apaixonar pela projeção, seja por se identificar com o personagem ou pelo simples fato de ele ser o foco principal da narrativa e claro, gera a sensação de claustrofobia, pois o personagem não sai daquele local em nenhum momento.
Outra ferramenta utilizada é o corte seco, que gera o ritmo necessário para o dinamismo ser efetivo. Graças a essa escolha de montagem, o filme gera suspense e realiza o mantenimento desse através da trilha sonora, que é quase toda feita com elementos da narrativa, seja pelos barulhos que Asger escuta durante a ligação com Iben (a mulher que é feita de refém), seja pelos sons que o operador faz (de digitação, por exemplo) enquanto está falando com alguém.
Isso serve para mostrar como Asger faz o que faz, não apenas por ser um dever da profissão que ele escolheu, mas também por culpa e esse sentimento o faz se intrometer dentro de um relacionamento abusivo, no caso, o de Iben com o ex-marido Michael. Esse fato talvez seja o que mais gera empatia, pois, impedir que uma relação como essa se torne algo maior do que já é – a projeção dispõe os fatos de forma a potencializar o abuso – e aqui a trilha e o corte seco citados acima, são importantíssimos.
A atuação de Jakob Cedergren é essencial para que todos esses aspectos técnicos e reflexivos funcionem, pois é ele quem o público vê durante todo o filme e assim, a expressão dele é o nosso ponto de vista nas 1h30, logo, a performance do ator é parecida com a de Tom Hardy em “Locke” (2013), pois o único ponto de vista é o dele e as mudanças que acontecem com o desenrolar da projeção são essenciais para a obra funcionar, Cedergren faz isso muito bem.
Portanto, “Culpa” é um filme que tem dinamismo e ação de maneira inovadora, sendo claustrofóbico em alguns momentos, mas que funciona bem para refletirmos durante a obra. Uma grata surpresa na atual corrida para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Até porque ficamos em um único espaço, o departamento de telemarketing onde Asger trabalha, apenas mudando de locação três vezes: quando ele sai da sala com vários funcionários e vai para a sala particular e no final da obra, no momento em que o protagonista se dirige ao elevador.
O diretor faz essas mudanças usando duas ferramentas, o close up, que mantem a câmera próxima a Asger e aos objetos que ele usa, como o fone para fazer as chamadas, celular e computador, além de servir para gerar empatia com o protagonista, faz o público se apaixonar pela projeção, seja por se identificar com o personagem ou pelo simples fato de ele ser o foco principal da narrativa e claro, gera a sensação de claustrofobia, pois o personagem não sai daquele local em nenhum momento.
Outra ferramenta utilizada é o corte seco, que gera o ritmo necessário para o dinamismo ser efetivo. Graças a essa escolha de montagem, o filme gera suspense e realiza o mantenimento desse através da trilha sonora, que é quase toda feita com elementos da narrativa, seja pelos barulhos que Asger escuta durante a ligação com Iben (a mulher que é feita de refém), seja pelos sons que o operador faz (de digitação, por exemplo) enquanto está falando com alguém.
Isso serve para mostrar como Asger faz o que faz, não apenas por ser um dever da profissão que ele escolheu, mas também por culpa e esse sentimento o faz se intrometer dentro de um relacionamento abusivo, no caso, o de Iben com o ex-marido Michael. Esse fato talvez seja o que mais gera empatia, pois, impedir que uma relação como essa se torne algo maior do que já é – a projeção dispõe os fatos de forma a potencializar o abuso – e aqui a trilha e o corte seco citados acima, são importantíssimos.
A atuação de Jakob Cedergren é essencial para que todos esses aspectos técnicos e reflexivos funcionem, pois é ele quem o público vê durante todo o filme e assim, a expressão dele é o nosso ponto de vista nas 1h30, logo, a performance do ator é parecida com a de Tom Hardy em “Locke” (2013), pois o único ponto de vista é o dele e as mudanças que acontecem com o desenrolar da projeção são essenciais para a obra funcionar, Cedergren faz isso muito bem.
Portanto, “Culpa” é um filme que tem dinamismo e ação de maneira inovadora, sendo claustrofóbico em alguns momentos, mas que funciona bem para refletirmos durante a obra. Uma grata surpresa na atual corrida para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
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