Imagem: DIVULGAÇÃO |
Dirigido por Anocha Boonyawatana, o representante tailandês do Oscar de 2019, “Malila, a flor do adeus” conta a história de dois homens, amigos de longa data e namorados por um momento de suas vidas. Um deles voltou a morar na pequena cidade natal depois de se divorciar, e o outro, está em estado de remissão de um câncer de pulmão. Este último, infelizmente morre e como forma de luto seu namorado vira um monge budista.
Apesar de um filme contemplativo não ser ruim, “Malila” faz isso de maneira excessiva, focando muito mais no passado, nos diálogos quase inexistentes e nas belas paisagens naturais do país, do que na história, que tem muito a oferecer no que diz respeito a desenvolvimento de personagem.
Porque ora, toda a projeção é vista pelo ponto do personagem monge, usando a religião como válvula de escape e forma de encontrar o namorado no plano espiritual, não apenas por ter fé naquilo. E ver isso por uma fotografia comum é frustrante no aspecto visual, pois cenas bonitas poderiam ter saído de uma história como essa.
Vemos justamente o oposto, planos desnecessários e cortes secos, não explorando o espaço que tem para usar movimentos de câmera. Caso isso tivesse sido feito, possivelmente o filme seria mais ritmado e não haveria um excesso de cortes secos.
Mas, se há algo que funciona em “Malila” é a trilha sonora com sons gerados exclusivamente da narrativa, ou seja, os barulhos que escutamos no filme são os da floresta onde a maioria da obra se passa. Esses sons tem uma capacidade de imersão no público que é brilhante e funciona também para percebermos, sem nenhum tipo de ação física – mesmo que essa exista, que fique bem claro – a tensão sexual do casal que está se reaproximando, sem esquecer dos diversos rituais religiosos que são mostrados ao longo do filme.
Assim, “Malila, a flor do adeus” é um filme que poderia funcionar melhor caso fosse mais ritmado e fluido nos seus movimentos de câmera, pois conta uma história de amor bonita e sensível demais para ser retratada com cortes secos seguidos. Nem mesmo a bela trilha sonora diégetica salva a obra de ser cansativa, tediosa e mesmo com 1h36 de projeção, exagerada em sua duração.
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