1/04/2019 01:30:00 PM

Crítica: Wifi Ralph - Quebrando a Internet

Wifi Ralph - Quebrando a Internet
Imagem: Disney / DIVULGAÇÃO
Após “Detona Ralph” (2012) ser lançado e com o tipo de história que o filme apresenta, fechando os seus arcos durante as 1h50 de projeção, foi surpreendente quando anunciaram a sequência. “Wifi Ralph: Quebrando a Internet” é dirigido por Rich Moore (diretor do primeiro filme) e Phil Johnston (roteirista do primeiro filme) e coloca os personagens Ralph (John C.Reilly) e Vanellope (Sarah Silverman), no mundo da internet.

Tudo isso porque “Sugar Rush”, o jogo que Vanellope faz parte e o ponto principal da primeira obra, corre o risco de ser desligado, já que o volante da máquina quebrou. Assim, os dois amigos vão para a internet recém instalada no fliperama, para comprar um novo volante e conseguir salvar o jogo.

O filme usa a internet para construir mensagens atuais sobre a tecnologia e como a indústria, seja a de jogos, a da internet, a de consumo ou as redes sociais evoluem e se comportam de acordo com as suas funcionalidades, vemos tudo isso pelo ponto de vista de Ralph e Vanellope, que nunca haviam usado a internet antes.

Essas mensagens são passadas principalmente pela fotografia, não que os diálogos sejam dispensáveis, porém, a fotografia e o uso da cor conseguem construir o ambiente digital variado, assim como a internet de fato é, dando fisicalidade a sites que apenas usamos pelo celular ou computador, como o Google (que é um prédio gigantesco), o Instagram (que é um prédio tão perfeito quanto a vida das pessoas nessa rede social) e outros sites, como o Twitter e o Pinterest.

Todo esse ambiente é altamente colorido, com cores diferentes a cada momento e a cada site, além do movimento ininterrupto entre os usuários da internet. Junto a isso, é interessante notar como nada foi esquecido, como os pop ups sendo espalhados e incomodando quem usa alguns sites e claro, o excesso de uso e consumo de conteúdo sem nenhum tipo de relevância.

Ou seja, a cor também serve como uma forma de alerta, já que a internet é colorida ao máximo, o mundo real é retratado como cinza – vide a cena onde mostram os vídeos de Ralph se tornando populares – e a deepweb é totalmente escura, como se fosse um aviso de “não entre” para o público.

O roteiro, apesar de bem escrito, poderia ser mais enxuto, trazendo mais dinamismo para a trama, assim como no primeiro filme. Porém, se tem algo bom nesse ritmo mais devagar, é que mais mensagens são passadas, por exemplo, Ralph e Vanellope são personagens de jogos de fliperama que acabaram de descobrir a internet e seus jogos, ou seja, eles veem como a indústria mudou e como eles estão ultrapassados, isso fica claro quando Vanellope entra no jogo de corrida mais popular da internet dentro do filme e fica encantada com os gráficos e os carros.

Claro, não podemos esquecer da rápida adaptação de Vanellope na internet, algo que não acontece com Ralph, onde podemos ver como esse mundo pode ter sido feito exclusivamente para os jovens, não que os adultos não consigam se adaptar, mas, o processo é mais demorado. Junto a isso, o filme passa mensagens claras sobre relacionamentos e assuntos que hoje estão muito em voga entre as pessoas.

Logo, mesmo com a falta de dinamismo no roteiro e consequentemente uma duração maior do que deveria, “Wifi Ralph: Quebrando a internet” mantem a essência do primeiro filme, apresenta coisas novas e faz os fãs matarem a saudade de uma das amizades mais bacanas no cinema atual.

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