2/14/2019 12:00:00 AM

Crítica: Mirai

Mirai
Imagem: DIVULGAÇÃO
Mirai, em japonês é a palavra para futuro, como o filme de mesmo nome deixa claro logo no começo da projeção, não por dizer de fato a tradução literal da palavra (o que fará posteriormente), mas por apresentar uma série de fatos que mostram como o passado constrói o nosso futuro.

Dirigido por Mamoru Hosoda, a obra usa Kun, o menino de uns 5 anos, que tem que lidar com o nascimento de sua irmã, Mirai e com a inevitável divisão que ele é obrigado a fazer, principalmente de seus pais. Ao revelar seus sentimentos para eles e ir brincar no jardim, ele entra em um mundo de viagem no tempo, onde sua irmã no futuro e outros membros de sua família falam e mostram coisas para o menino, com o objetivo de ensinar algo a ele.

Assim, o espectador faz uma viagem entre o presente, o passado e o futuro do menino, sempre após acontecimentos que o roteiro insere de forma natural na trama, como brigas familiares, paternidade, aprendizado com os mais velhos, educação e claro, a relação de amor entre os pais, Kun e Mirai.

Essas viagens a partir dessas inserções tem um objetivo claro de fazer o espectador entender como a instituição familiar (qualquer que ela seja, por isso, o cachorro tenha ganho uma personificação) é importante na vida das pessoas e que a falta dela molda um ser humano, assim como a presença.

Vemos isso por como a Mirai do Futuro lida com Kun, ao fazê-lo entender que mesmo uma coisa tão besta quanto bonecos pode ser algo que influencie na trajetória de uma pessoa, ou quando Kun percebe como ele trata a mãe mal por ciúme da irmã, ou seja, ele ainda não entende que agora ele precisa dividir tudo o que tem ou tudo aquilo que pensou ter.

A montagem ajuda nessa divisão, já que estabelece bem as lembranças com cortes precisos de transição de época, que faz o público perceber quem é o personagem com o qual Kun se relaciona naquela linha temporal e como essa pessoa foi essencial para que o garoto crescesse.

Porém, é notável como o filme entende que o crescimento das pessoas nunca acaba, sempre há uma coisa ou outra para melhorar ou aprender, a mãe de Kun percebe que precisa dar atenção para os dois filhos igualmente e quebrar a divisão, o pai percebe que precisa ser melhor pai, mesmo que isso custe deixar o trabalho de lado e claro, através de Mirai no Futuro, vemos o que Kun poderia se tornar se ele tivesse se mantido no mesmo caminho, ou seja, ele precisa crescer, mesmo quando já é um jovem adulto.

Mas, todos nós precisamos crescer, independente da nossa idade, e o pior? Não conseguiremos e provavelmente vai ser por falta de tempo. Mirai mostra que o nosso futuro é cada vez mais o nosso presente e que mesmo que estejamos parados, estamos de alguma maneira sempre em movimento.

Veja o trailer do filme aqui:

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