11/18/2019 12:00:00 AM

Crítica: Midway - Batalha em Alto Mar

Midway - Batalha em Alto Mar
Imagem: Diamond Films / DIVULGAÇÃO
Uma das batalhas mais conhecidas da Segunda Guerra Mundial é Pearl Harbor, cujo momento consolidou a entrada dos Estados Unidos na guerra, para revidar o ataque organizado pelo Japão.

Para isso, aconteceu a batalha de Midway que é retratada no filme "Midway - Batalha em Alto Mar" dirigido por Roland Emmerich, mesmo diretor que fez "Independence Day" e "O Dia depois de amanhã" e escrito por Wes Cooke.


Acompanhamos a história de vários soldados que exerceram diferentes papéis na batalha, desde os pilotos, como Dick Best (Ed Skrein), passando pelos almirantes como Halsey (Dennis Quaid) e os comandantes e oficiais da inteligência, como o comandante Nimitz (Woody Harrelson) e Lanton (Patrick Wilson) até as esposas desses, como Ann Best (Mandy Moore).

Esse é um dos problemas do filme, o excesso de personagens, principalmente quando o roteiro os apresenta e esquece deles por um tempo para depois reintroduzi-los na obra como se não houvesse necessidade de explicar o porque de eles terem sumido de repente.

O exagero prejudica o aprofundamento da história desses personagens, então nunca o conhecemos e assim o público não sente empatia se ocorre algo ruim ou inesperado com eles. Sim, o perigo que eles correm é real, mas por não nos identificarmos com aquelas pessoas, não sentimos tristeza com a possibilidade ou concretização do perigo.

Por mais que o filme tenha uma montagem e tenha ritmo, a empatia não é criada por ele e sim pelo roteiro e se o roteiro não aprofunda os arcos, não há ator que faça milagre com um material ruim em mãos.

E as atuações não são ruins pois o elenco é competente, mas falta algo e em muitas cenas sentimos um vazio. Mas é necessário destacar que a fotografia não ajuda, já que é maniqueísta e polarizada. Reparem como os norte-americanos são retratados em cores claras, em geral o amarelo, ou seja, representando o bem e no caso dos japoneses é o oposto, o preto é utilizado, representando o mal.

A polarização além de não fazer jus a história, estereotipa os envolvidos nela, de ambos os lados, porque os norte-americanos não são totalmente inocentes da mesma forma que os japoneses não são unidimensionais (por mais que na Segunda Guerra Mundial eles sejam os inimigos de fato). Não é, ou ao menos não deveria ser possível botar pessoas num perfil único e deixá-las lá, fixas.

Porém, nessa fotografia há coisas boas e a principal delas é a homenagem que presta ao curta documentário "A Batalha de Midway", de John Ford, muito devido as cenas de ação, inclusive em uma delas aparece Ford "filmando" seu curta. (E a cena apenas serve para prestar uma homenagem, é inútil para a narrativa principal.)

Logo, não é possível dizer que "Midway - Batalha em alto mar" é um filme ruim, pois tem boas ideias, mas o fato de a obra estereotipar os personagens e tratar os norte-americanos como heróis perfeitos usando todos os clichês possíveis, torna o novo trabalho de Emmerich em mais do mesmo.

O que é uma pena, pois Emmerich ainda sabe como entreter o público, apenas precisa voltar a tratá-lo como as pessoas inteligentes e capazes que são, ou melhor, que somos.

Veja o trailer aqui:

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