Imagem: Inquieta Cine / DIVULGAÇÃO |
Em um país como o Brasil é comum que tenham várias culturas dentro da sociedade, cabem as pessoas escolher ou não uma delas para seguir. No caso de Nazaré da Mata, local onde se passa o filme “Azougue Nazaré” a cidade se divide entre pessoas católicas e aquelas que praticam o Maracatu, uma dança que mistura culturas indígenas e africanas em sua maioria.
Dirigido e co escrito por Tiago Melo, acompanhamos a história de habitantes da cidade citada acima, quando a sociedade se vê em meio a um mistério sobrenatural. No centro disso estão as crenças católicas de um grupo, liderado pelo Pastor (Mestre Barachinha) e o Maracatu, cujo integrante Catita (Valmir do Côco) participa ativamente, o que incomoda sua mulher Darlene, que tenta converter o marido para o catolicismo.
Dirigido e co escrito por Tiago Melo, acompanhamos a história de habitantes da cidade citada acima, quando a sociedade se vê em meio a um mistério sobrenatural. No centro disso estão as crenças católicas de um grupo, liderado pelo Pastor (Mestre Barachinha) e o Maracatu, cujo integrante Catita (Valmir do Côco) participa ativamente, o que incomoda sua mulher Darlene, que tenta converter o marido para o catolicismo.
Por isso que o uso de vários personagens, por mais que foque em Catita e na sua esposa, é uma decisão acertada de Melo, pois todas as pessoas são cercadas por ideias de um dos polos apresentados e isso aumenta quanto mais próximo fica o carnaval, que apesar de não ser uma festa criada no Brasil, foi adaptada pelo povo com o uso de costumes indígenas e africanos.
É justamente a festa mais popular do nosso país que gera o conflito na cidade, já que o mistério sobrenatural aumenta devido ao carnaval e as pessoas podem usar isso como desculpa para atos criminosos. E é a festa que afeta ainda mais o casamento de Catita com Darlene, já que ela insiste em querer que ele saia do Maracatu e aceite jesus como seu salvador.
Porém, como o roteiro diz através do bom estabelecimento na relação entre personagens e em um dialogo especifico no qual é perguntado para Catita “você aceita Jesus?” e ele diz “eu nunca o neguei”, as tentativas de converter uma outra pessoa a acreditar em algo além de invasivas, são erradas.
Até porque, talvez acreditar em algo não negue a possibilidade de acreditar em outra coisa diferente e como Catita deixa bem claro em certa cena, as religiões organizadas dividem muito mais do que aproximam as pessoas e é notável como Valmir do Coco passa isso em sua interpretação, usando bem a expressão e o Maracatu para expor seus pensamentos.
Com referencias pontuais ao neorrealismo italiano – reparem como os atores ali são de fato moradores da cidade e a movimentação de câmera – “Azougue Nazaré” até deixa certas pontas a se amarrar, por que afinal o que eram as coisas sobrenaturais que vemos? Mas ainda assim, leva o público a refletir sobre o papel da religião na sociedade e sobre a presença de costumes das matrizes indígenas e africanas na formação do Brasil e por isso é um ótimo filme.
Veja o trailer aqui, filme distribuído por Inquieta Cine:
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