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Um documentário sobre pessoas bem sucedidas na área em que atuam é algo bem difícil, pois em geral, essas pessoas são conhecidas do público e quem gosta e acompanha o trabalho delas, sabe de tudo (ou quase tudo) dos seus ídolos e de suas trajetórias.
Marina Abramovic não é exatamente uma figura tão famosa
quanto um jogador de futebol, mas ela é bem famosa para quem gosta de arte e acompanha
o meio, principalmente as pessoas que gostam de performance. “De volta para
casa – Marina Abramovic e seus filhos”, dirigido e escrito por Boris Miljkovic,
consegue, apesar de ser comum, ser atrativo para quem assiste.
Da mesma forma que pessoas que já conhecem a obra de Abramovic e parte da história, conseguem ter mais conhecimento sobre ela ao assistir o documentário, quem não a conhece consegue se atrair por sua obra e buscar saber mais sobre seu trabalho, que é considerado inovador de diversas formas.
Pois o documentário não só acompanha uma turnê de retrospectiva
da carreira da artista, como faz essa retrospectiva mostrando vídeos de suas
performances, trechos de sua autobiografia (lidos por ela em certos momentos do
filme em forma de narração em off) e, principalmente, mostrando as releituras
que artistas de performance mais jovens fizeram da obra de Marina Abramovic.
O ponto alto do filme são justamente essas releituras, pois
vemos os “seus filhos” do título ali, vivos e mantendo a arte performática viva
através de homenagens (que são as releituras, ou, como eles chamam, “reperformances”)
da, talvez, artista performática mais bem sucedida da história.
A obra também faz uma reflexão de como é difícil, ou pode
ser difícil, voltar para casa ou para um lugar onde se morou por muito tempo,
principalmente quando esse lugar era um local repressivo quando você viveu lá,
como é o caso de Marina voltando para sua cidade natal, Belgrado, para o compromisso
final de sua turnê de retrospectiva.
Dentro disso, também vemos como é difícil, por mais que seja
necessário, refletir sobre nossas vidas e sobre nossas trajetórias. Marina faz
isso a duras penas, ao refletir sobre seu trabalho que se misturou com sua vida
pessoal em várias ocasiões, para não dizer em quase todas as ocasiões, de sua
vida.
Por mais que estruturalmente o documentário não seja o mais
ousado de todos (e nem tenha essa intenção), “De volta para casa – Marina
Abramovic e seus filhos” é um bom filme, que mostra a trajetória de uma das
maiores artistas performáticas de uma maneira que consegue conquistar novos interessados
na obra da protagonista.
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