Imagem: DIVULGAÇÃO |
Vemos a história através do ponto de vista das crianças, o que torna o filme minimalista de certa maneira, pois as meninas não entendem o que está acontecendo e os motivos de elas verem alguém que foi tão vivo antes (a mãe para algumas, a tia para outras) se rendendo a tristeza.
Da mesma forma que essa experiência faz parte do crescimento delas e de aprender a lidar com algo inevitável, que chegará para todos nós. Assim, não é sem motivo que vemos as mulheres adultas muito pouco, pois o aprendizado de lidar com a morte é algo que, em geral, é adquirido de maneira solitária.
Por focar nas meninas especificamente, a duração curta do filme se revela a certa. Durar uma hora e cinco minutos ajuda na construção do ritmo e faz com que a obra não se torne tediosa, o que contribui para a trajetória de crescimento que o espectador é convidado a acompanhar.
Não vemos apenas a primeira experiência de um grupo de pré adolescentes com a morte, vemos também primeiras experiências em relação a auto descobertas, sejam essas físicas ou psicológicas. Se Cléo se dá conta de que nunca mais será a mesma após perceber a presença da morte, Leo (a mais nova do grupo) entende e não entende o que acontece e Nerina (a mais velha do grupo) tenta esquecer o que se passa cuidando do corpo e fazendo testes em revistas estilo Capricho.
O minimalismo da morte unido a esses pontos é algo que torna o sofrimento visível apenas quando as meninas veem a mãe ou a tia sofrendo, por elas não entenderem a morte, o filme se torna uma boa forma de explicar como cada um lida com esta de maneira diferente e apesar do sofrimento ficar mais implícito do que explicito, “Mamãe, mamãe, mamãe” consegue transmitir o que quer do jeito que quer, com segurança e inteligência.
Tema interessante e fato inevitável. O "legal" é que a firma demonstrada é inusitada.
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