Imagem: DIVULGAÇÃO |
Dirigido e escrito por Magnus Von Horn, acompanhamos Sylwia, uma jovem mulher, personal trainer e digital influencer muito bem sucedida. Com milhares de seguidores e sempre presente nas redes, o filme acompanha sua jornada contra a solidão, que apesar do sucesso e da aparente vida perfeita, é bem frequente.
Pela premissa, percebemos que o filme é bem real e não necessariamente possível apenas com pessoas que tem muitos seguidores, mas também com aqueles que usam as redes apenas para postar foto de comida de vez em quando. Mas o que se destaca e mantém o filme é justamente o fato da construção da aparência e da construção da solidão.
Vemos que a vida de Sylwia é extremamente rápida, pela rotina e pelos movimentos de câmera da obra, que são fluidos e estão sempre indo de um lado para o outro enquanto ela tenta de alguma forma escapar da solidão que tanto a incomoda e que se observarmos bem, tem papel dentro de seu sucesso.
É possível ver como ela sente prazer no que faz, o treino, ensinar as pessoas a fazer exercícios e incentivar isso através da presença constante nas redes, ao mesmo tempo que é justamente o seu trabalho que gera sua solidão, pois vemos como aquele mundo, ou ao menos o mundo fitness no qual ela vive, é solitário e individualista.
Então, ela busca sair da zona de conforto de maneira constante para se livrar da solidão. Seja nas festas familiares ou nas festas noturnas, ela está brigando contra ela mesma e contra um comportamento com o qual está acostumada, para conseguir sair da solidão que ela sente.
Isso faz com que o suor do título seja muito mais mental do que físico, porque é muito mais exaustivo brigar consigo mesmo perante um comportamento, do que fazer 150 flexões e ensinar pessoas a fazerem exercícios de forma correta. Se durante a história do filme, Von Horn expõe isso da forma descrita acima, no lado técnico, ele expõe essa briga também usando a câmera, pois a fluidez e os movimentos são substituídos por cortes secos quando ela sai dessa “zona de conforto”.
Por mais que o filme perca força no terceiro ato, mas nada que prejudique a obra como um todo, “Suor” usa sua protagonista para passar a mensagem de que nem tudo é o que aparenta ser. É uma mensagem clichê, sim, porém, a forma com que ela é passada foge disso e é uma mensagem que é necessário transmitir, porque vivemos em um mundo digitalizado onde as pessoas aparentam se preocupar mais com a aparência física do que com o que são por dentro.
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