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Imagem: Universal Pictures / DIVULGAÇÃO |
Muitas vezes enquanto assistimos “A Fera” pensamos “por quê? Por que ele fez isso? Por que ela saiu do carro?” e várias outras perguntas similares a essas. A resposta é que os personagens nesse filme não agem como se fossem imbatíveis e parte disso é eles usarem muito mais o instinto do que a racionalidade.
Tá, Nate (Idris Elba) muitas vezes chuta o leão (a fera do
titulo) e continua com seu pé em bom estado e com o sapato sem nem um rasgo (adoraria
saber em que loja esse sapato foi comprado), porém, ainda assim, o filme
dirigido por Baltasar Kormakur é muito mais instintivo do que racional. Todos
os personagens podem morrer a qualquer momento e em todas as situações
ocorridas ali.
Por mais que não seja nada que o público nunca tenha visto antes, essa instintividade e o perigo constante, fazem do filme e dos personagens serem de fácil identificação com o espectador. Um homem, que após perder a esposa, decide voltar a África (onde a conheceu) para mostrar as duas filhas a casa onde morou por um tempo, reencontra o melhor amigo e os quatro são atacados por um leão extremamente feroz em um passeio pelo local.
A câmera talvez seja o aspecto mais interessante no filme e
que mais dá pontos para discussão. Ao contrário de filmes desse tipo, onde há
muitos cortes e é muito difícil enxergar o que está acontecendo na sequência de
ação, nesse filme, há muitos planos sequência e tomadas longas, que permitem
que o espectador veja de fato o que acontece em cena.
Talvez isso pareça algo bobo, ou que é o mínimo, e de fato,
é mesmo. Porém, como nos últimos anos os filmes mais focados em entretenimento
(como esse) usam cortes cada vez mais rápidos e ação completamente baseada na
qualidade ou não de seu CGI, ver cenas menos aceleradas e mais focadas em que o
público enxergue aquilo que acontece, é um ponto positivo.
Não que “A Fera” não tenha CGI e nem cenas aceleradas, claro
que tem. O problema não é usar essas ferramentas, é como usá-las e o filme de
Kormakur as usa bem. A aceleração serve para gerar tensão (mesmo que seja bem
obvio o que vai acontecer, a ferramenta funciona) e o CGI claramente é usado
nos leões. Sem problema nenhum, se há como usar algo para construir a história,
o filme tem que usar caso queira.
Logo, “A Fera” não é um filme milagroso ou transcendental,
da mesma forma que não é um filme ruim como muitos podem esperar devido a
proposta que todos nós já conhecemos. É um filme que entretém e diverte por
1h30 e uma boa sessão descompromissada de qualquer seriedade caso você veja no
cinema com sua família em um sábado a noite.
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