Imagem: DIVULGAÇÃO / Downtown Filmes |
Há um episódio da série Seinfeld, onde após encontrar Jerry
no aeroporto, George descobre que está com o carro quebrado. Então, eles fingem
ser uma pessoa chamada O’Brien, que estava sendo aguardada por uma limosine,
entram no carro e vão embora, fingindo serem outras pessoas.
É como se “O palestrante” fosse um episódio de Seinfeld (e
de The Office) só que com duas horas de duração, o que não é ruim, muito pelo
contrário. Dirigido por Marcelo Antunez e roteirizado por Fábio Porchat, este
interpreta Guilherme, um homem triste, corno, com tendencias a calvície,
demitido e que precisa ir ao Rio como última tarefa no trabalho. Chegando lá,
ele decide fingir que é outra pessoa e se torna um palestrante, contratado por
Denise (Dani Calabresa) e acompanhamos sua jornada para esconder a mentira.
Assim como no episódio de Seinfeld que foi citado, o filme se torna uma sequência de coisas inusitadas e insanas para manter a história de fingimento. Se no episódio, Jerry e George decidem ir buscar Elaine e Kramer, fazendo de tudo para conseguirem continuar a mentira, aqui Guilherme faz de tudo para continuar na narrativa porque sente vontade de viver algo que nunca viveu, de voltar a ter adrenalina na vida.
Ele encontra isso em Denise, mas também no relacionamento com
os outros personagens e algo que o filme faz bem, é fazer com que os personagens,
mesmo os não protagonistas, tenham o seu momento e destaque na história. É aí
que entram Josué (Antonio Tabet) e Sandoval (Otávio Muller) que roubam todas as
cenas que aparecem, Mari (Miá Mello) e George (Paulo Vieira), que não perdem o timing
em nenhum momento, assim como Marcia (Maria Clara Gueiros) e Flávio (Rodrigo Pandolfo),
que desses citados são os que talvez apareçam menos, mas tem importância igual
para a obra.
Ao unir as piadas dos personagens secundários, com a
história principal de Guilherme e Denise, “O Palestrante”, assim como o
episódio de Seinfeld, nunca perde o folego e mantém a atenção do público em
todos os momentos, deixando-o curioso para saber o que vem em seguida, por mais
que todos nós tenhamos certeza do que virá.
E mesmo essa previsibilidade não consegue tornar o filme
chato, devido as piadas (“CORPUS CHRISTI CARALHO” "É carpe diem, Josué") e como o drama e a comédia
são bem equilibrados, não há perda de timing ou piadas mal colocadas, há a
qualidade esperada na comédia devido ao elenco e talvez se o elenco fosse outro
e essas pessoas não se conhecessem tão bem, o filme não funcionasse da forma
que funciona.
“O Palestrante” não tenta ser mais do que é, não tenta reinventar
a roda ou fazer comédia de uma forma nunca vista, ele tenta e consegue entreter
o público com boas piadas e uma história cativante. Pensando nos momentos que
vivemos nesses últimos anos, é bom que filmes assim sejam feitos, as vezes tudo
o que precisamos é dar uma risada.
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