9/07/2022 10:30:00 AM

Crítica: Ingresso para o paraíso

Imagem: Universal Pictures / DIVULGAÇÃO

Sabe quando aparecem aquelas piadas na internet que imaginam como seria um filme caso ele começasse do final? Bom, imaginem “Corra” dirigido por Jordan Peele começando do final e teremos “Ingresso para o paraíso”, dirigido por Ol Parker (diretor de “Mamma Mia – Lá vamos nós de novo), produzido e protagonizado por George Clooney e Julia Roberts.

O filme conta a história de Georgia (Roberts) e David (Clooney), que durante uma viagem de sua filha Lily (Kaitlyn Dever) para Bali, precisam ir até lá para impedir o casamento dela com um jovem morador do país que ela conheceu durante essa viagem. Com isso, o casal, divorciado há muito tempo, precisa voltar a se falar, coisa que não faziam há anos, a não ser em situações que envolvessem a filha.


A obra tem todos os clichês de uma comédia romântica, desde os pais estadunidenses conhecendo uma família e cultura de outro país e completamente diferente da sua, a amiga fiel, jovem e engraçada do personagem jovem (no caso, a filha do casal principal), até o namorado ou namorada chato de um dos membros do casal divorciado, o que torna o filme previsível.

Mas isso não significa que é um trabalho ruim, é apenas convencional. Está muito claro (como vemos nas cenas pós créditos de bastidores do longa) que Clooney e Roberts, que se conhecem há muito tempo e já trabalharam juntos algumas vezes, toparam produzir esse filme e estar nele para se verem e se divertirem.

Vemos isso em tela através de cada piada contada durante as 1h40 do filme. São piadas que por mais inseridas no clichê que elas estejam, funcionam de maneira efetiva, como, por exemplo, a cena do beer pong. Ao contrário do romance, que algumas vezes pode soar estranho, como a própria motivação dos pais irem a Bali, por exemplo, porque bom, Lily é capaz de fazer as próprias escolhas, ela não está sendo manipulada ou algo assim, ela está casando porque ela quer e com alguém que ela gosta.

Claro que o filme não trabalha isso de maneira mais aprofundada, pois não é a intenção da obra fazer isso. A ideia é de fato fazer o público se divertir, assim como George Clooney e Julia Roberts se divertiram enquanto fizeram esse filme. Confesso que não sei se eu consegui realizar o desejo dos protagonistas e produtores de “Ingresso para o paraíso”, mas com certeza o público conseguirá fazer isso se encarar a obra de maneira despretensiosa em um sábado à noite qualquer.

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