10/19/2022 10:00:00 AM

Crítica: Adão Negro

Adão Negro
Imagem: DIVULGAÇÃO / Warner

Prometeu tudo e não entregou quase nada! A verdade é que The Rock merecia muito mais do que foi apresentado.

Por Tabatha Oliveira

“Adão Negro” tinha uma missão muito clara pelo Universo Cinematográfico da DC: trazer uma nova roupagem aos filmes do estúdio, que vinham em queda de qualidade e críticas negativas dos fãs.

Tirar o projeto do papel não só deu esperanças aos fãs como deu um voto de confiança com a escalação dos sonhos de The Rock. Embora o ator seja digno de elogios na grande maioria de seus trabalhos, há de se convir que a expectativa para “Adão Negro” estava alta demais pelo prometido. Mas, não foi dessa vez.


O novo longa da DC traz a história do conhecido vilão de Shazam, Adão Negro. Aqui vemos uma história de origem bem didática para quem gosta apenas os filmes dos gênero herói, sem muitos detalhes e aprofundamento nos quadrinhos. Entretanto, o roteiro peca por trazer uma história rasa e básica para o personagem tão aguardado há anos pelos fãs. Tudo o que vemos nesse filme, já vimos em muitos outros.

Para os amantes de ação, é um deleite. O filme entrega muitas cenas boas de luta, com um grave excesso de slow motion concedida pelo Zack Snyder. Por falar em Snyder, vemos em Adão Negro uma cópia descarada de estilo e fotografia, perdendo por completo a originalidade que o diretor poderia ter trazido em seu nome.

The Rock realmente é um evento nesse filme e salva boa parte dele, mostrando que foi feito para esse papel. Porém, tem momentos em que ele parece estar fazendo apenas mais um personagem de sempre. Apesar disso, é notável a entrega e satisfação que teve no papel.

Noah Centineo é o alívio cômico do filme, mas seu personagem é tão inútil que parece ter sido trazido para o filme apenas para cativar as fãs do ator. Se o personagem não existisse na história, não faria tanta diferença.

Quintenessa é um espetáculo à parte nesse filme. Sua personagem não tem tanto destaque assim, até porque de fato não é o interessante para a história, mas cumpre na curiosidade de saber mais sobre a sua personagem, até porque as poucas pistas ditas não são suficientes.

Pierce Brosnan encanta com seu personagem Senhor Destino. Apresentando a magia da DC de forma breve e sucinta, o personagem traz uma leveza e reflexões sobre o futuro e as mudanças de caminho que podem se seguir.

Aldis Hodge é a perfeita definição de “calado é um poeta”. Trazendo um contraponto interessante, embora muito desperdiçado, sobre a moralidade dos heróis, o personagem é repleto de frases de efeito e bordões que relembram discursos prontos de redes sociais. Acaba ficando maçante e exagerado, quando o personagem poderia entregar muito mais.

O longa traz apenas uma cena pós crédito que é a cereja do bolo e, obviamente, renderia muito mais debates e reações do que o filme por inteiro. Inclusive, é a segunda coisa que salva o longa além de The Rock. Com isso, tem-se uma imensa responsabilidade do estúdio em cumprir essa promessa.

Com situações extremamente bizarras (aqui uma cena embaixo d’água em particular) e previsíveis, ”Adão Negro” é um ótimo entretenimento para os fãs da DC e para quem não sabe muito do personagem também.

Todavia, é mais um filme que deixa claro que a DC tem um sério problema de tom e estilo, até mesmo originalidade, que até hoje não encontrou.

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