1/19/2023 05:18:00 PM

10 pensamentos sobre Tár

Tár
Imagem: DIVULGAÇÃO
1

É importante saber quem é o artista e estudá-lo mesmo se você discorda de tudo que ele é. Tár aborda isso muito bem.

2

Arte é sobre tempo e é o tempo que faz a arte, arte. Se não fosse a imortalidade que a arte traz, tudo seria arte ao mesmo tempo que nada seria arte, porque quando se é tudo, também se é nada

3

O sarcasmo para disfarçar a tristeza, a culpa e claro, o fato de ser uma pessoa mais má do que boa

4

Em certo momento, Lydia fala sobre como um instrumento precisa parecer distante na música de Mahler que ela vai apresentar com sua orquestra, na cena anterior e nas seguintes, sempre escutamos (assim como a personagem principal) um barulho distante e ritmado, o qual ela nunca consegue descobrir a origem. Acho que esse barulho é como se fosse um sinal para nós, público, que a música sempre está na cabeça de Tár e a arte, para quem a ama, sempre está em nossas mentes e pensamentos, mesmo que de forma distante e ritmada.

5

Assim como Lydia, eu também odeio ser interrompido diretamente (quando alguém chama) ou indiretamente (por barulhos externos e conversas alheias) quando estou fazendo algo, como lendo e assistindo filmes. Me dá um leve sentimento de raiva e frustração estranha, respondo de maneira seca e fria a isso quando acontece, não me orgulho disso. claro.

6

É notável como o filme não joga na cara que Lydia fez o que fez, ele deixa claro de forma implícita. O que é ótimo, pois tudo está tão na cara hoje em dia que é até um alívio ver algo implícito

7

Nunca que música clássica ia ter essa comoção e atenção da mídia, mesmo com um crime e mesmo com a popularidade de alguém. Todd Field, ao se aprofundar no ambiente da música clássica, precisa trazer algo de pop para tornar o filme tragável, e esse elemento é Cate Blanchett.

8

Porque pensei na música "Moonage Daydream" quando acabei Tár? Não sei, confesso, mas a música me remete ao documentário de mesmo nome e tanto esse filme, quanto o documentário são baseados e movidos por música, assistam o doc se possível.

9

Em uma cena (que se tornaria mais um problema para Lydia) ela diz (não com essas palavras) que precisamos conhecer a obra dos principais nomes daquilo que estudamos, quando um aluno fala que não estuda Bach e apresenta motivos justos para isso. Ainda assim, reforço o primeiro ponto e o aprofundo, mesmo que não gostemos da pessoa e até mesmo do trabalho dela, é importante estudá-la, para falar mal com propriedade e até mesmo para acrescentar conhecimento em si.

10

Muitas vezes durante o filme, Lydia fala do sentimento que a música gera nas pessoas e em uma cena, ela vê uma palestra de Leonard Bernstein onde fala que não importa se a pessoa conhece partituras ou sabe tocar, que a música é sobre sentimento. Eu (mesmo não sendo ninguém) acho que isso serve para cinema também, não importa os planos, cores, enquadramentos, roteiro, direção, o que importa é o que o filme te faz sentir enquanto você o assiste e se esse sentimento fica com você depois que ele acaba.

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