1/11/2023 04:27:00 PM

Crítica: Babilônia

Babilônia
Imagem: Paramount / DIVULGAÇÃO
No dicionário, um dos significados de "Babilônia" é "cidade grande construída sem planejamento." Pensando nisso, Damien Chazelle em seu novo filme de mesmo título, tentou claramente fazer algo sem nenhum tipo de organização.

Acompanhamos a história de Nellie La Roy (Margot Robbie) e outras pessoas ao seu redor, que tentam ou manter o estrelato na Hollywood dos anos 30 (como Jack Conrad, interpretado por Brad Pitt) ou começar uma carreira de sucesso (como Manny, interpretado por Diego Calva, a própria Nellie e outros personagens).


Chazelle é um cineasta jovem que parece ter acabado de sair da faculdade e assim, quer provar para o público que sabe fazer coisas tecnicamente difíceis e conhece vários filmes e suas histórias, Nellie é uma reintepretação de Lina Lamont, uma das protagonistas de "Cantando na Chuva", uma das personagens, que é uma jornalista, é uma referencia Louella Parsons, uma famosa crítica e colunista de fofoca da época onde o filme se passa, Jack Conrad é uma espécie de Gloria Swanson interpretando Norma Desmond em "Crepúsculo dos Deuses" um ator lidando com o fracasso após a mudança dos filmes mudos para os falados.

Ao citar outros filmes e pensar nesses filmes enquanto assistimos a "Babilônia", apenas é possível compreender como o que estamos vendo ali carece de originalidade, porque, assim como em "La La Land", há vários filmes melhores que foram usados como referência para o trabalho que estamos vendo.
Além de mostrar certa preguiça do diretor, expõe uma prepotência muito presente em sua filmografia, já que não é a primeira vez que isso é feito por ele e se for para pensar em outros filmes, é melhor assistir a esses outros filmes.

As festas tentam emular essa desorganização citada no dicionário e no primeiro parágrafo, porém, elas são mais um exemplo dos usos de trabalhos que não são do Chazelle como inspiração, no caso principalmente "O Grande Gatsby", a versão mais recente de Baz Luhrmann.

Apesar disso, há algumas coisas boas, Margot Robbie está muito bem no papel de Nellie e a cena onde ela está no set pela primeira vez em um filme falado é incrivelmente engraçada (por mais que seja uma clara referência a "Ave, César" dos irmãos Coen).

Isso pode ser dito também da cena final, que antes de ser completamente estragada por uma escolha do diretor, faz a única coisa boa da ideia ali apresentada, que é mostrar como o poder do cinema está atrelado a imagem e a permanência delas na eternidade.

Mas, essas citações a outros filmes que se fazem "necessárias" não torna apenas o filme ruim, mas também faz isso com essa crítica, pois, se outros filmes tem mais atenção do que "Babilônia" que é o assunto desse texto, isso torna esse texto uma perda de tempo, tanto para mim, que a escreve, mas principalmente para o leitor, que a lê. 

Assim como a Louella Parsons criada por Chazelle diz em certo momento para Conrad, o cinema continua, a imagem continua, as pessoas envolvidas nos filmes serão imortais. Mas, nem sempre a imortalidade é algo bom e com certeza, "Babilônia" é um desses exemplos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Copyright © 2016 Assim falou Victor , Blogger