1/25/2023 12:56:00 PM

Crítica: Desapega

Desapega
Imagem: DIVULGAÇÃO
Uma das coisas que mais me intrigou em “Desapega!”, dirigido por Hsu Chien, foi uma estrutura muito similar a esquetes, como se cada história no filme fossem arcos separados, mas claro, não são.

Acompanhamos Rita (Glória Pires), mãe de Duda (Maísa). Uma mulher com problemas de consumismo compulsório, ela, além de decoradora e organizadora de casas, é também a responsável por ministrar um grupo de terapia de pessoas também consumistas compulsivas, um dos membros desse grupo é seu namorado Otavio (Marcos Pasquim).

Tudo muda quando sua filha conta a mãe que ganhou uma bolsa para um intercambio de três anos em Chicago e assim, ela precisa desapegar da única coisa que ela de fato ama, o que inicia um difícil processo na vida de Rita.

E o filme passa a sua ideia principal que é a do desapego. Todos os personagens ali têm algo do qual precisam desapegar para que suas vidas continuem da maneira mais saudável possível. Otávio precisa desapegar do medo da demissão e entender que pode aprender com pessoas mais jovens, Duda precisa desapegar da mãe para construir a sua própria vida e Rita precisa desapegar da filha, para além de não fazer a menina se sentir culpada, também poder viver uma vida mais plena.

Mas, claro, não é um desapego total, mas apenas parcial, pois é impossível uma mãe desapegar da filha (e no caso das duas personagens do filme, é impossível a filha desapegar da mãe), é apenas um período de aprendizado, é o aprender a lidar com a distância e entender que essa distância não é eterna, é só uma fase.

Da mesma maneira que o consumismo compulsório pode se tornar apenas algo que Rita e os outros personagens superaram, assim como o medo da demissão que Otávio tem. No fim, todos ali tem medos, assim como todos nós, o importante, imagino, seja aprender a desapegar deles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Copyright © 2016 Assim falou Victor , Blogger