Imagem: DIVULGAÇÃO |
Ao ver a primeira vez que o jovem Spielberg em Fabelmans, vai ao cinema, lembrei não do meu primeiro filme (que foi o filme "Tarzan" com minha mãe), mas sim da primeira vez que assisti Speed Racer. A minha expressão de encantamento era exatamente a daquele menino.
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A relação de cumplicidade daquela família me lembrou de como a relação familiar tem que ser verdadeira. Não ame a pessoa porque ela é da sua família, ame apesar dela ser da família (menos pai e mãe, aí, acho que na maioria dos casos, é uma história completamente diferente).
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"Isso é um hobby" diz Burt Fabelman (Paul Dano) várias vezes para o filho. Ao mesmo tempo que o incentiva o tempo inteiro a continuar filmando e fazendo filmes com os amigos. Além de assistir a todos os filmes do filho. O amor ultrapassa qualquer coisa em certos casos e aqui, ele põe o amor na frente daquilo que quer para o filho.
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"Não pare de filmar, isso seria muito duro para sua mãe". As vezes a gente esquece o tanto que as outras pessoas gostam de algumas coisas que fazemos. Eu mesmo tento parar de escrever todos os dias.
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"Nós somos viciados, arte é a nossa droga". Quem faz algo relacionado a arte e tenta parar todo dia, como eu, terá carinho especial pelo contexto desse diálogo.
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A cena onde Sammy exibe o filme para a escola é interessante por uma série de motivos. Ele pode ter simplesmente retratado Logan (o valentão padrão) daquela maneira porque cinema é mentira ou ele pode ter feito aquilo para fazê-lo sentir culpa de ser quem é. Um crítico diz que Spielberg pode ter feito uma breve referência a história de Hollywood, que fundada por judeus, por muito tempo colocaram as estrelas em foco para ninguém encher o saco e serem anti semitas.
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"Stop playin' with me 'fore I turn you to a song", esse verso de Kendrick Lamar, da música Rich Spirit, me veio na cabeça quando Sammy fala "a não ser que eu faça um filme disso" para Logan, após a cena descrita na observação acima. Acho que todo mundo que faz algo relacionado a arte, seja escrita, pintura, filmes, qualquer forma, usa, mesmo que de maneira inconsciente (mas na maioria das vezes consciente), as pessoas e as experiências ao nosso redor como material base. Talvez seja isso que faça arte ser tão viciante, é uma espécie de resumo da nossa vida e da vida das outras pessoas. Fabelmans é exatamente isso, é a vida do Spielberg.
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"Quando o horizonte está em baixo, é interessante, quando o horizonte está no topo, é interessante, quando o horizonte está no meio, é chato pra cacete." Essa fala simples, em uma das melhores cenas que o Spielberg já fez, é muito significativa, seja pelo peso dela (e da aparição dela) seja porque a frase é certa e se pararmos para pensar em tudo o que já vimos, isso só se confirma.
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Spielberg sabe fazer filmes. Os filmes bons dele são muito bons, os ruins são muito ruins. Ainda bem que Fabelmans é dos bons. Rimos e choramos na mesma medida, em algumas cenas ao mesmo tempo e lembramos do porque estamos ali e do efeito que o cinema tem nas pessoas.
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