2/28/2023 06:15:00 PM

Crítica: Creed 3

Creed 3
Imagem: DIVULGAÇÃO

Em geral, filmes cujo drama é esportivo (sem importar qual esporte) são bem parecidos e não dá para dizer que "Creed 3" foge disso, mas também não dá para dizer que isso seja algo ruim apenas porque é comum.

Dirigido por Michael B.Jordan, em sua estreia na direção, acompanhamos Adonis Creed agora aposentado e agente de lutas. Quando um amigo de infância, Dame (Jonathan Majors), volta a sua vida depois de muito tempo.

É interessante notar como dos três filmes da franquia Creed, o terceiro filme é aquele com ação mais reduzida, já que o primeiro filme (extremamente ágil) e o segundo filme (bem violento) exploram mais as lutas do que os dramas pessoais.

Em "Creed 3" são esses dramas que ganham o protagonismo e é neles que reside uma das maiores qualidades do filme, já que nos filmes anteriores, não conhecemos de todo quem são aquelas pessoas. Aqui, vemos o pai Adonis, não o lutador, vemos o marido, não o atleta de alta performance, vemos uma pessoa cheia de culpa devido ao passado com seu amigo.

Dame, inclusive, assim como Adonis, é uma pessoa com dificuldade de lidar com os próprios sentimentos e se abrir com os outros, o que está bem claro na performance de Majors. Tanto ele, quanto Adonis tiveram, por sobrevivência, assim como muitos homens negros e pardos, que fechar portas sentimentais e esquecer do seu passado para conseguir viver o presente.

O que, claro, os prejudicou nas relações com as pessoas que amam. Vemos isso em Adonis e Bianca, como ele não falar com ela sobre os seus sentimentos, o prejudica em casa, é uma luta interna a ser travada.

Por falar em lutas, elas são diferentes em "Creed 3". Primeiro porque o estilo de luta de Dame é diferente do estilo de Adonis, já que ele é um lutador não ortodoxo (braços em horizontal na guarda) e Adonis é ortodoxo (braços em vertical na guarda).

Segundo que assim como em animações e em jogos de videogame (Dragon Ball Z e Def Jam, por exemplo), as lutas contam com muitos zooms in para mostrar o que vem a seguir e isso misturado com a velocidade característica da franquia, torna as lutas de "Creed 3" muito boas.

Além do que, escutar a luta é importante e o equilíbrio entre o barulho do público e o barulho do soco gera uma imersão essencial para que a luta empolgue. B.Jordan, em seu primeiro trabalho de direção, brinca com isso no momento que o público some em certa luta e apenas Donnie e Dame permanecem no nosso campo de visão.

O silêncio e o foco neles aumenta o nosso foco no que está acontecendo e isso faz com que a luta se torne mais violenta do que já é. Além de trazer o público ainda mais para a narrativa e assim, potencializar a curiosidade do resultado (até então previsível) para o espectador.

Porque sim, "Creed 3" não é um filme que reinventa a roda e tenta ser imprevisível, tudo ali é bem comum e já visto antes. Mas, novamente, ser um filme comum não faz um filme ruim e o drama e o sentimento que existem em "Creed 3" apesar de sua estrutura, não faz ele passar nem perto de um filme ruim, muito pelo contrário.

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