3/08/2023 12:00:00 PM

Crítica: Pânico 6

Pânico 6
Imagem: DIVULGAÇÃO / Paramount Pictures

Não posso falar que sou um fã da franquia Pânico, até porque, não sou. Mas é importante assistir a tudo aberto a gostar do que se vê.

Dirigido pela mesma dupla de "Pânico 5", Matt Bellinelli-Olpin e Tyler Gillett, em "Pânico 6" continuamos acompanhando Tara e Sam Carpenter (Jenna Ortega e Melissa Barrera respectivamente). Dessa vez elas moram em Nova York, mas, mesmo assim, Ghostface as persegue.


O filme brinca com muito do que acontece nos filmes anteriores da franquia, não apenas em relação as mortes, mas principalmente no que diz respeito a convivência entre as pessoas, mesmo as que se conhecem há muito tempo.

Principalmente Tara e Sam, já que aqui, a confiança delas é posta a prova o tempo todo. Tanto porque Sara não quer deixar a irmã mais nova viver (com um medo compreensível do que pode acontecer), quanto porque Tara tem o desejo da independência.

"Pânico 6" trabalha os outros filmes da franquia de outra forma e para isso, usa tanto Sara, quanto as personagens de Gale Weathers (Courteney Cox) e Kirby Reed (Hayden Panettiere). 

Em dado momento, somos levados a pensar "e se os assassinos forem pessoas que anteriormente quase morreram?" e é nessa suspeita que o público é, em parte manipulado pelo filme.

Pois a todo momento podemos pensar que qualquer um ali pode ser assassino, Sam devido a ser filha de Loomis, Gale por uma espécie de vingança a Dewey, Kirby por ter quase morrido em um dos filmes.

Claro, esse pensamento fica só por aí, não é desenvolvido, porque assim como Mindy (Jasmin Savoy-Martin), a grande maioria dos espectadores que gosta ou ao menos se interessa pela franquia "Pânico" são cinéfilos e uma pessoa que já assistiu a muitos filmes sabe que tudo ali são clichês.

O próprio Wes Craven trabalha essa ideia em todos os filmes dirigidos por ele (do 1 ao 4), que já sabemos o que vai acontecer, mas não sabemos como vai acontecer e o principal aqui é o como e não o que.

Então, sabemos, por exemplo, citando um dos personagens da primeira cena, que slashers trabalham tópicos clichês para falar de outros assuntos e principalmente, citando outro personagem da mesma cena, sabemos que "os filmes não importam".

E, de fato, não importam. O cinema é uma arte que se aprofunda no inútil, nenhum filme é necessário, ou qualquer adjetivo idiota que já foi usado para descrever um filme. Cinema é, pura e simplesmente, filmes que começam e acabam e experiências que vem e vão.

Algumas ficam, outras são esquecidas (a maioria delas é) e sim, aqui, "Pânico 6" leva isso bem a sério. Os filmes originais não importam, os personagens originais também não e estamos vendo apenas o surgimento de outra coisa que, também, não importa. O principal é aproveitar o que se está vendo. 

*Pensei, por um momento, que os diretores transformariam Sam em um novo Cotton Weary, devido a suspeita que o filme trabalha, mas, foi por um outro caminho, o que é bom.

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