Imagem: DIVULGAÇÃO / Universal |
Fica claro que a diretora Elizabeth Banks quis fazer um
filme que sim, se passa nos anos 80, mas apenas isso, nada de buscar glorificar
uma época ou fazer com que o público sinta saudade de algo que não viveu. A
principal ideia aqui é o humor dentro da insanidade de um urso que após cheirar cocaína,
sai matando pessoas por um parque florestal em busca de mais droga.
Tudo no filme remete a essa época, mas a diversão dele está justamente dentro da insanidade que Banks constrói através do urso. As vezes até parece que, se não fosse a cocaína, o urso em questão seria um animal comum, mas, com a droga, fica no estado feroz que vemos entre as histórias de cada personagem.
E é bom conhecer mais essas histórias entre uma morte e
outra, não porque criamos empatia com os personagens, mas sim porque elas são
divertidas. Como, por exemplo, o arco das crianças matando aula na floresta,
quando elas veem o urso pela primeira vez e se perdem, ou o arco de Daveed (O’Shea
Jackson) e sua busca por manter seus Jordans limpos e recuperar a cocaína de
Syd (Ray Liotta em seu último filme).
Mas, o arco que mais merece destaque, é o de Margo
Martindale, atriz veterana (e de muito sucesso em trabalhos televisivos), em “O urso do pó branco” ela interpreta a guarda florestal do parque onde a ação
acontece. Tanto pelo humor das cenas, ela tentando flertar ao mesmo tempo em
que procura uma das crianças perdidas é ótimo, quanto pelas cenas de ação nas
quais está envolvida, como por exemplo a cena do tiro que era para ter sido no
urso, mas acaba acertando a pessoa errada.
Os exemplos citados funcionam porque dentro daquela
insanidade, essas cenas passam uma sensação estranha de naturalidade. Isso
acontece mais de uma vez (poderia citar várias outras cenas, mas vale a
lembrança da cena da ambulância) e é um mérito dentro de um filme cuja a
proposta é exatamente ser completamente sem sentido dentro de uma ação comum
nos filmes do gênero dos anos 80.
Elizabeth Banks mostra que é possível contar histórias que
não se levam a sério e não apelam para uma nostalgia um tanto quanto irritante
devido ao seu uso exagerado. “O urso do pó branco” é um bom exemplo disso e
ainda é tão insano quanto engraçado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário