4/20/2023 07:32:00 PM

Crítica: Renfield - Dando sangue pelo chefe

Renfield - Dando sangue pelo chefe
Imagem: DIVULGAÇÃO / Universal Pictures

É uma surpresa boa que "Renfield - dando sangue pelo chefe" seja um filme de ação dentro do gênero terror. Pois assim não vemos apenas mais um filme com o Drácula como vilão. O diretor Chris McKay consegue usar essa "variedade" (entre aspas pois há outros filmes de terror que focam na ação), para explorar e aprofundar o talento de seus dois atores principais.

Nicholas Hoult é Renfield, um homem que após ser manipulado por Drácula (Nicolas Cage), virou servo dele, levando as pessoas para Drácula mata-las e ficar com o sangue. Ele fez isso ao longo dos tempos e agora decidiu tentar largar esse relacionamento abusivo e ao mesmo tempo ajudar uma policial com um caso envolvendo traficantes.


McKay faz de Conde Drácula alguém narcisista e assim, constrói a manipulação que ele usa para conseguir seus servos e a estabelece durante o filme. Entendemos porque Renfield "aceitou" ser servo dele, da mesma forma que entendemos o porque dele odiar tanto o serviço e o poder que ele tem.

Não a toa, nas cenas de luta do filme (e são muitas), vemos um Renfield habilidoso e forte, mas cansado de lutar e sem vontade de fazer aquilo e talvez por isso as sequências sejam tão violentas, porque ele só quer acabar com tudo logo.

Isso também acontece nas cenas de comédia e a combinação de personalidades opostas de Renfield e Drácula ajuda para que as piadas funcionem. Porém, o que é o fator determinante para isso é a atuação de Nicolas Cage.

Cage constrói Drácula como alguém extremamente narcisista e manipulador, ao mesmo tempo que vemos alguém com uma sede de poder insaciável. Em mais um papel no qual caso não fosse Cage interpretando, outra pessoa não conseguiria fazer a mesma construção de personagem feita por ele.

Por mais que seja um filme convencional, Chris McKay ao menos entende isso e decide apenas por um filme onde as pessoas podem se entreter, sem precisar pensar por 1h30. Não que pensar com filmes seja ruim, pelo contrário, é importante, mas também não adianta tentar executar uma grande ideia e acabar transformando algo que poderia ser apenas um entretenimento bobo e divertido, em algo exagerado e forçado devido a uma falsa intelectualidade.

"Renfield - dando sangue pelo chefe" não é um filme revolucionário e nem tenta ser, mas é um filme extremamente divertido e é mais um exemplo de como Nicolas Cage é capaz de qualquer coisa. Cage faz o filme que ele quer fazer e isso é algo para se refletir e se admirar em tempos de algoritmo e falsas originalidades. 

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