Imagem: DIVULGAÇÃO / Universal Pictures |
Assim como “Velozes e Furiosos 9”, sua sequência, “Velozes e Furiosos 10” ou apenas “Velozes 10”, é um filme que se passa em alguns lugares do mundo, como Portugal, Rio de Janeiro, Los Angeles, Londres e Roma.
No filme de Louis Leterrier, a família cujo líder é Dominic
Toretto (Vin Diesel) vai a Roma e após uma missão se revelar uma armadilha,
eles precisam enfrentar Dante (Jason Momoa), filho de um dos vilões dos filmes
passados, Arturo Reyes, de “Velozes e Furiosos – Operação Rio”, o quinto
filme da franquia.
Tal como os povos que destruíram Roma não eram apenas os que se tornariam italianos após a unificação do país, eram também povos de outros lugares, principalmente os povos germânicos, a família Toretto é de vários lugares, como República Dominicana, Reino Unido e Japão, e eles também, de certa maneira, destruíram Roma.
No primeiro e segundo ato, a cena em Roma, esse tipo de
queda moderna do Império Romano do Ocidente, usando carros ao invés de espadas, ecoa em
todo o filme, porque nesses atos, vemos que “Velozes 10” se importa com seus
personagens e os retrata como pessoas, com medos apesar de suas capacidades e
com algo a perder característico de cada um.
A “Roma” deles são justamente esses medos pessoais e após a
destruição de uma parte da capital italiana, esse medo é potencializado por
Dante. Vemos isso em cada sequência de ação e cada dialogo representa isso,
além da clara união entre eles, que se torna importante para eles terem ao
menos uma chance contra o vilão mais perigoso que já enfrentaram.
Entre sequências de ação tão absurdas que farão o público
rir (a de Roma, já citada, me fez gargalhar) e interações um tanto quanto
inesperadas, principalmente as que envolvem o Brianzinho, filho de Toretto com
a policial Elena (falecida nos filmes anteriores), estaríamos vendo esses medos,
essa Roma pessoal, ser construída de maneira genérica, mas eficiente, se não
fosse o terceiro ato.
Devido a uma discussão entre Justin Lin (diretor de vários dos
filmes anteriores da franquia) e Vin Diesel, Lin saiu do filme e deu lugar a
Louis Leterrier (diretor de “Carga Explosiva”) e a diferença de trabalho com o
mesmo material é notável em “Velozes 10”, com mudanças consideráveis ao longo
do filme.
Se Lin se importa com os personagens e cria essa Roma pessoal,
como já dito, Leterrier pouco se importa com a família, ele apenas quer inserir
mais ação, mesmo que essa não tenha nenhum sentido para a história principal.
E por mais que a franquia tenha virado uma insanidade atrás
da outra, Lin cria um ambiente onde você se importa com aquelas pessoas de
alguma forma, onde o público quer ver todos ali bem, o que Leterrier faz
questão de querer destruir, colocando brigas sem nenhum motivo entre
personagens que precisam se ajudar e cenas de ação mais rápidas e até um pouco difíceis
de acompanhar.
Provavelmente, com a inserção de um novo diretor, um novo
vilão e novos personagens, a franquia seguirá esse caminho da destruição dos
laços entre a família perante o público (perante os personagens será tratado de
forma superficial, imagino) e teremos, nos próximos filmes – que podem ser
dois, três, ou quantos Vin Diesel quiser – cenas empolgantes e extremamente
rápidas, mas tratadas como um blockbuster qualquer.
Não que Lin seja um gênio e que toda a franquia não seja genérica,
mas ao menos ele se importava o suficiente com aquele ambiente e aquele
universo para fazer o espectador também se importar, criando medos nos
personagens que muitas vezes também são os nossos medos, criando uma Roma
pessoal, que pode ou não ser destruída por outros povos.
Em “Velozes 10”, eu prefiro ficar com a ideia de queda do
império romano motorizado, mesmo que eu saiba que isso nunca vai acontecer.
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