3/06/2017 12:23:00 PM

Crítica: Logan

Logan

Uma obra que conta uma historia de um homem, que, cansado de lutar e mais cansado ainda da vida, é obrigado a entrar em batalha novamente, para proteger um amigo querido e de longa data e uma garota que não conhece, mas, que cria uma empatia por ela.

Poderia ser uma sinopse pequena de um filme de ação qualquer, mas, não, o homem em questão é Logan, interpretado pela ultima por Hugh Jackman, o amigo querido e de longa data é Charles Xavier, vivido, também pela ultima vez, por Patrick Stewart, e a garota é Laura, interpretada brilhantemente por uma das desde já grandes surpresas na atuação do ano, Dafne Keen.

Felizmente, o filme sai da mesmice do possivelmente mais forte gênero de bilheteria que é de super herói, James Mangold, que também dirigiu “Wolverine: Imortal”, nos entrega um estudo de personagem inventivo, e usando o personagem mais carismático da Marvel como força principal de enredo. Vale destacar que, os aspectos técnicos no filme falam muito alto.






Vejamos, a disposição de atores e atrizes nas cenas de ação é perfeita, pois, conseguimos ver o tempo todo o que está acontecendo, e o publico consegue enxergar exatamente o gerou a ação, o foco da ação, a sequencia de ação e o fim da mesma, o que exige uma montagem hábil, com cortes pontuais e certos, e vale destacar que esses cortes são bem esparsos, até mesmo raros, já que vemos sequencias longas de luta, com câmera parada, em sua maioria, por conta disso, o espectador consegue ficar o tempo inteiro imerso na historia, sem esquecer-se dela por nenhum momento. E claro, a censura aqui é bem utilizada, já que o filme é tão violento quanto o que uma obra que protagoniza o Wolverine merece.

Mangold fez a mesma coisa em “Wolverine: Imortal”, porém, aqui, temos várias rimas visuais que valem a pena serem descobertas, e algumas podem ser destacadas tranquilamente, Logan chegando a Charles para aplicar a injeção para este parar de convulsionar – já que, os poderes também tem seu lado negativo – é a cena de “X-Men: Confronto Final” quando o mesmo Logan tem que chegar até Jean Grey quando esta perde totalmente o controle, dos poderes e da mente. Da mesma forma que, ele protegendo os grupos, a família, Xavier e Laura, crianças, lembra a cena de “X-Men 2” quando ele ajuda na fuga da mansão Xavier, no momento da invasão por Stryker.

E, já que citei os poderes tendo um lado negativo, vale citar que o filme acerta ao mostrar que tudo na vida tem um lado ruim, Xavier, por conta dos fartos poderes da mente que já conhecemos, acaba por ficar mais velho e com convulsões, que causam uma grande crise quando ocorrem, da mesma forma que uma das garras de Logan não sai mais totalmente de sua mão e o personagem passa a mancar para conseguir andar, o que, imagino, deve ter sido opção de Hugh Jackman para a composição do personagem.

Jackman, que, aliás, traz Logan como um personagem mais sensível e empático como de costume, com os seus olhos injetados de sangue e sempre passando afeto e amor ainda assim, o ator consegue, mais uma vez, nos trazer um Wolverine fiel aos desenhos e aos quadrinhos, e os aspectos citados acima, servem para trazer o personagem a uma realidade mais próxima da nossa.

Porém, o grande destaque fica para Dafne Keen, que traz em Laura a personagem mais complexa do universo Marvel em muito tempo, aproveitando muito bem seu tempo destacada na tela, a menina consegue, apenas com o olhar evocar várias emoções, como raiva, amor, curiosidade e claro, principalmente, vontade de sair de tudo aquilo, de todo aquele mundo e assim como em Logan, vemos uma empatia e vontade de ajudar o próximo, de forma que a personagem nos ganha rapidamente, assim como sua atriz.

Fazendo uma belíssima referencia a “Os Brutos Também Amam”, filme de 1953, dirigido por George Stevens, “Logan” nos traz o melhor filme de super herói em muito tempo, e Hugh Jackman e Patrick Stewart se despedem de seus papeis com maestria. Mangold consegue reunir essa despedida, com uma historia ótima, e talvez, com o único final possível nesse caso. Que obra ótima, tomara que mais filmes desse gênero sejam assim, apesar de ser uma expectativa grande demais, até mesmo para sonhadores como Logan. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Copyright © 2016 Assim falou Victor , Blogger