Imagem: UNIVERSAL PICTURES / Divulgação |
Nos últimos dois anos, várias obras televisivas e
cinematográficas foram lançadas sobre ou com Winston Churchill. A série “The
Crown” da Netflix, onde ele é interpretado por John Lithgow, o filme “Churchill”
com o personagem sendo representado por Brian Cox e esse “O Destino de uma
Nação”, aqui ele é vivido por Gary Oldman.
Porém, apesar de sua história real e de uma figura que
sempre consegue atrair atenção, “O Destino de uma Nação” não consegue ir para
frente devido a erros básicos, presentes em sua estrutura e principalmente em
seu roteiro.
Não que a maquiagem seja lá grande coisa, até porque a
utilizada aqui está extremamente parecida com a de Anthony Hopkins em
Hitchcock (E isso não é um elogio), porém, isso é algo a se relevar, pois o foco do filme é em uma figura
icônica e não em seus aspectos técnicos. Dirigido por Joe Wright, a projeção conta
a história dos primeiros meses de Churchill como Primeiro Ministro da
Inglaterra, e esse fato coincide com a Segunda Guerra Mundial.
O filme segue uma estrutura episódica muito presente em
filmes de época e em obras que tenha uma figura histórica de peso como
personagem principal. Podemos perceber isso por algumas legendas explicativas
desnecessárias e pela constante contagem dos dias passando, aparecendo na tela
em uma fonte grande.
Junto a essa estrutura, o roteiro também não se esforça para
tornar o filme plausível, incluindo vários personagens sem ao menos se
preocupar em desenvolve-los, como Halifax (Stephen Dillane), pois mesmo
apresentando um motivo fraco para recusar o cargo de maior poder em um país de
peso, a justificativa ainda não parece convincente, principalmente se levarmos
em consideração o tanto que ele briga para iniciar as negociações pelo acordo
de paz (Algo que poderia ser facilmente encaminhado se ele tivesse aceitado), e Miss Layton (Lily James), pois essa claramente tem um ente querido lutando
na guerra, mas isso nunca é citado.
Logo, devido a essa falta de desenvolvimento, os diálogos são
fracos porque os personagens que não se chamam Winston Churchill não sabem como
conversar e aparentemente, nem motivos para isso existem. As linhas boas do roteiro
são unicamente para Churchill, sem ele, o filme nem existiria devido a escassez
de qualidade da escrita.
Oldman faz o público permanecer na projeção, com seu olhar
sempre inquieto, a preocupação do ministro exposta no jeito de andar, as alterações
bruscas de humor apenas por um motivo fútil. Tudo isso faz da atuação algo difícil,
porém o ator faz parecer fácil, como se fosse simples interpretar uma figura
histórica tão importante em um momento mundial tão difícil como foi a segunda
guerra.
Mas até esse excesso de Churchill prejudica o filme, pois a partir
do momento em que duas horas e quatro minutos de filme, tem Churchill na tela
por quase uma hora e cinquenta minutos, confirma como o roteiro é vago, como os
outros personagens são mal desenvolvidos e principalmente, como esse filme foi
feito justamente para dar a Gary Oldman, um ator brilhante, um Oscar que ele
não tem.
Portanto, “O Destino de uma Nação” é um filme esquecível, e
que só vai ser lembrado se Oldman levar a estatueta, e convenhamos, a possibilidade
de isso acontecer é bem alta.
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