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3/31/2021 09:56:00 PM

Crítica: Meu Pai

Crítica: Meu Pai

Meu Pai
Imagem: Califórnia Filmes / DIVULGAÇÃO 
Solidão pode causar às pessoas muitas coisas ruins ou, no mínimo, fazer com que as pessoas fiquem fora de seu estado comum, se comportando de uma maneira que não costuma ser a habitual, se isolando quando precisam estar com alguém próximo. 

Claro que não é apenas a solidão com a qual Anthony tem que lidar. O protagonista de "Meu pai" , dirigido por Florian Zeller, tem Alzheimer e não consegue mais se cuidar por conta própria. Sua filha, Anne (Olivia Colman), vai se mudar para Paris e para isso precisa arrumar uma cuidadora para o pai, o que é o início de um período de confusão para Anthony.

Uso a palavra "confusão" pois é essa que move o filme, pois o público está tão "confuso" e "perdido" (entre aspas pois sabemos os motivos disso em Anthony) quanto o protagonista que precisa lidar tanto com isso quanto com o fato de estar sozinho novamente, mesmo que ele, ao menos no momento, não saiba disso.

Isso porque o personagem interpretado por Anthony Hopkins (excelente para variar) sempre foi sozinho. Viúvo, perdeu a filha mais nova, trabalhou por toda a vida para morar em um apartamento no qual faz questão de viver e não pode, Anthony é um homem inteligente e capaz, mesmo que não seja mais independente devido a sua condição.

De forma que mesmo ele tendo uma série de problemas causados pelo Alzheimer, ele consegue usar a solidão como argumento para reforçar a solidão para sua filha, assim, além de mostrar estar acostumado em estar sozinho, ele demonstra, por mais contraditório que isso possa soar, dúvidas sobre querer ou não estar sozinho.

Essa união entre ter Alzheimer e ser sozinho talvez seja o pior dentro dessa condição, pois a doença muda rotinas e por mais que Anne seja extremamente cuidadosa, ela teve que se adaptar para cuidar do pai e além disso, teve que se adaptar em lidar novamente com coisas que já aconteceram, como a perda da irmã mais nova, mas que Anthony relembra devido a confusão causada pelo Alzheimer.

Essa confusão é bem usada por Zeller, pois nunca sabemos o que de fato está acontecendo, devido a Anthony nunca saber disso também. De certa forma, isso é um bom exemplo de ponto de vista subjetivo, onde o público vê tudo pelos olhos do personagem. A escolha do diretor permite que nada fique explicado ou "mastigado" demais para o público, até porque, não tem como explicar e passar 100% de como uma pessoa na situação de Anthony se sente, de como ele vê o mundo. Então, essa sensação constante de dúvida além de válida é necessária, para que o diretor possa transmitir a sua ideia para o espectador de maneira coesa.

Talvez seja até por isso que a solidão seja tão reforçada pelo filme durante as suas 1h40 de duração, pois quando uma pessoa está confusa, quando alguém não sabe o que está acontecendo, ela se isola do mundo, é algo até considerado aceitável socialmente, o isolamento por confusão.

Então podemos considerar que esse filme é um retrato do Alzheimer, mas também é um retrato da solidão com a qual várias pessoas têm que lidar quando chegam à terceira idade. No caso de Anthony é devido a uma condição de saúde, mas, para muitos outros, é apenas abandono, pois nem todos tem uma Anne e mesmo se tiverem, as vezes elas acabam se mudando.

Zeller consegue passar várias sensações ao contar sua história e por ter sua ideia muito bem definida desde o princípio, o diretor consegue tornar "Meu pai" em uma grata surpresa nessa temporada de premiações estadunidenses. 

2/04/2019 12:00:00 AM

Crítica: No Portal da Eternidade

Crítica: No Portal da Eternidade
No Portal da Eternidade
Imagem: Diamond Films / DIVULGAÇÃO
Pensar em cinema, talvez seja, assim como todas as formas de arte, algo subjetivo, estritamente pessoal, que usa a interpretação das pessoas como forma de sobrevivência, causando discussões necessárias que, na maioria das vezes, fazem a sociedade crescer e avançar.

“No Portal da Eternidade” é um filme que usa dessa subjetividade, dessa pessoalidade, para contar a história de Vincent Van Gogh (Willem Dafoe), de uma forma que talvez nunca tenha sido contada antes, já que foge do senso comum que se criou sobre o pintor, ou seja: que ele era louco e que devido a isso se matou, sem nem saber da possibilidade de seu sucesso futuro.

1/31/2019 12:00:00 AM

Crítica: Bohemian Rhapsody

Crítica: Bohemian Rhapsody
Bohemian Rhapsody
Imagem: DIVULGAÇÃO

Pensar em “Queen” é automaticamente pensar em Freddie Mercury. Apesar de a banda ser composta por outros músicos tão competentes quanto o vocalista, “Queen” se tornou emblemático graças a Mercury e, porque não dizer isso, de sua história pessoal, parte dela alguns de nós já conhecemos.

Dirigido por Bryan Singer (que sobrenome ideal), escrito por Anthony McCarten, a obra conta a história de Mercury (Rami Malek), um homem adulto que encontra em Brian May (Gwilym Lee), Roger Taylor (Ben Hardy) e John Deacon (Joseph Mazzello) companheiros de banda ideais para o sucesso, além disso, vemos um pouco mais da vida amorosa de Mercury, tanto pelo papel de Mary (Lucy Boynton), quanto por tudo aquilo que a maioria de nós, fãs ou não, sabemos.

1/24/2019 12:00:00 AM

Crítica: Green Book - O Guia

Crítica: Green Book - O Guia
Green Book - O Guia
Imagem: Diamond Films / CRÍTICA
Assistir a “Green Book – O Guia” é basicamente assistir uma versão piorada de “Conduzindo Miss Daisy” (1989, dirigido por Bruce Beresford), já que, se o filme vencedor do Oscar de Melhor Filme e protagonizado por Morgan Freeman, consegue funcionar naquilo que propõe, “Green Book” é uma obra que é carregada pelos seus dois interpretes principais, Mahershala Ali e Viggo Mortensen.

Dirigido por Peter Farrelly e escrito por ele em colaboração com outras duas pessoas, a obra conta a história de Tony Vallelonga, conhecido como Tony Bocudo e interpretado por Mortensen, um homem que trabalha como segurança de um bar popular nos anos 60 (época em que o filme se passa). Após o local fechar e ele ficar sem emprego, ele passa a trabalhar como motorista para o músico Donald Shirley (Ali), o levando para as cidades onde se apresentará com seu trio. Um branco e outro negro, a história busca tratar a dinâmica dos dois e a questão social dos EUA na época com humor.

1/21/2019 12:00:00 AM

Crítica: Vice

Crítica: Vice
Imagem: Imagem Filmes / DIVULGAÇÃO
Aparentemente, Adam McKay quer se estabelecer como um diretor que gosta de histórias complexas, se sentindo à vontade em recriar fatos políticos reais e ter os protagonistas desses fatos como os protagonistas de seus filmes. Como havia feito em “A Grande Aposta”, contando com um elenco estrelado.

Esse elenco se repete em “Vice”, contando com Christian Bale, Amy Adams, Steve Carell e Sam Rockwell, a obra conta a história de Dick Cheney (Bale), do começo de sua trajetória como assistente de Donald Rumswell (Carell) até assumir a vice-presidência dos EUA, tendo como companheiro de chapa George Bush Filho (Rockwell). Adams interpreta a ambiciosa Lynne, escritora, professora e mulher de Cheney.

12/10/2018 12:00:00 AM

Crítica: Nasce uma Estrela

Crítica: Nasce uma Estrela
Nasce uma Estrela
Imagem: DIVULGAÇÃO
Pensar em “Nasce uma Estrela” é pensar em uma história clássica do cinema estadunidense. Com três versões, em 1937, 1954 e 1976, fora alguns prêmios importantes, o filme é uma história musical e vêm cativando o público mundo afora.

Em 2018, a quarta versão deste mesmo filme foi lançada, desta vez, a obra é dirigida por Bradley Cooper, um dos roteiristas e também o protagonista masculino da projeção. O filme relata a história de amor entre Jackson Maine (Cooper) e Ally (Lady Gaga), ele um artista de sucesso e ela uma artista com a carreira em ascensão. Com o amor dos dois, também vem os problemas e todos eles envolvem o alcoolismo e a personalidade difícil de Jackson.

10/26/2018 12:02:00 AM

Crítica: Infiltrado na Klan

Crítica: Infiltrado na Klan
Infiltrado na Klan
Imagem: DIVULGAÇÃO
Falar de Spike Lee é abordar um diretor que usa seus filmes como forma de aprofundar o movimento negro, com suas histórias, cultura e figuras marcantes na sociedade, como ele fez com, “Ela quer tudo” (1986), “Faça a Coisa Certa” (1989) e “Malcolm X” (1992), obras bem-sucedidas ao retratar o que o diretor propôs.

Em “Infiltrado na Klan”, novo filme do diretor, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2018, Lee mantem a tradição de aprofundar o movimento negro, mas, usando uma história diferente, mais movimentada do que seus filmes costumam ser.

2/22/2018 11:46:00 AM

Crítica: Trama Fantasma

Crítica: Trama Fantasma
Imagem: Universal Pictures do Brasil / Focus Features / Divulgação

Com a multiplicidade de gêneros existentes no cinema, há uma infinita variedade de assuntos a serem explorados, porém, poucos realizadores conseguem bons trabalhos em todos os estilos de filmes. Basicamente, quem costuma fazer comédia tem dificuldade em obras de drama (vide Woody Allen), quem está acostumado com terror, oscila em projeções de cunho histórico.

Mesmo grandes diretores e diretoras, como Bergman, Truffaut, Agnes Varda, tem essas dificuldades mas, alguns, como Paul Thomas Anderson, conseguem oscilar entre gêneros, criando trabalhos memoráveis. “Boogie Nights” é totalmente diferente de “Magnólia”, “Sangue Negro” é diferente de “Vicio Inerente”, “O Mestre” mesmo com o cunho histórico é o oposto de “Trama Fantasma”.

2/05/2018 12:06:00 PM

Crítica: O Destino de uma Nação

Crítica: O Destino de uma Nação
O Destino de uma Nação
Imagem: UNIVERSAL PICTURES / Divulgação






Nos últimos dois anos, várias obras televisivas e cinematográficas foram lançadas sobre ou com Winston Churchill. A série “The Crown” da Netflix, onde ele é interpretado por John Lithgow, o filme “Churchill” com o personagem sendo representado por Brian Cox e esse “O Destino de uma Nação”, aqui ele é vivido por Gary Oldman.

Porém, apesar de sua história real e de uma figura que sempre consegue atrair atenção, “O Destino de uma Nação” não consegue ir para frente devido a erros básicos, presentes em sua estrutura e principalmente em seu roteiro.

1/22/2018 05:08:00 PM

Crítica: Corra!

Crítica: Corra!
Corra!
Imagem: Universal Pictures / Divulgação

Bons filmes de suspense e terror são especialistas na criação de expectativas, e principalmente, no cumprimento delas, isso faz a obra ter sucesso em duas tarefas distintas, porém ligadas: dar ao espectador o que ele quer (o terror, suspense, medo) e ter uma obra tecnicamente competente nas mãos do diretor e roteirista.

Esses dois cargos são cumpridos pela mesma pessoa no caso de “Corra”, Jordan Peele. No seu longa de estreia, a história contada é a de Chris (Daniel Kaluuya), fotografo, homem negro e bem-sucedido, que namora uma branca, chamada Rose (interpretada por Allison Williams). A jovem leva seu namorado para conhecer seus pais, na casa onde cresceu, e é lá onde os eventos principais do filme se desenrolam.

1/02/2018 09:09:00 AM

Crítica: Me chame pelo seu nome

Crítica: Me chame pelo seu nome
Me chame pelo seu nome
Imagem: Sony Pictures / Divulgação
Em determinado momento de “Me Chame Pelo Seu Nome”, a mãe de Elio, ao traduzir do alemão um trecho de um livro, faz o seguinte questionamento: “É melhor falar ou morrer?”. Bom, essa citação pode significar várias coisas, porém, para o filme e espectador, é claramente uma dúvida entre escolher se declarar para a pessoa amada, expor seus sentimentos, esquecer o medo e decidir entre alegria e dor interna e solitária.

Porque, ora, o amor pode trazer – e traz – alegrias nas mesmas proporções que as tristezas. Tudo é potencializado quando se ama, uma dor é maior do que costuma ser, e as coisas boas são melhores do que realmente são. Pois, o sentimento é isso, trazer a tona o agradável, saber lidar com o ruim e perceber que tudo tem uma consequência, todo sentimento bom tem seu oposto.

2/13/2017 05:30:00 PM

Crítica: Até o Último Homem

Crítica: Até o Último Homem


As guerras são movidas por ideologias, cada estado briga pelas ideologias mais favoráveis aos seus interesses ou aos interesses daqueles que são aliados. Isso também serve para seus exércitos, porém, não serve para os soldados de maneira individual, de forma que quando uma pessoa se alista ela abandona sua privacidade e individualidade para se tornar membro de um todo e, pensar como esse todo.

É justamente essa batalha ideológica individual que “Até o Ultimo Homem” mostra. Dirigido por Mel Gibson, o filme conta a história de Desmond T. Doss – interpretado por Andrew Garfield – que, temente a Deus e tendo convicções fortíssimas, decide nunca segurar uma arma na vida, porém, quando a segunda guerra eclode para os Estados Unidos, ele decide servir ao seu país como médico no campo de batalha e enfrenta as consequências de sua decisão ideológica.


2/06/2017 01:45:00 PM

Crítica: La La Land

Crítica: La La Land


O cinema ao passar dos anos nos deu várias obras que são metalinguísticas, que descrevem a própria arte em seus bastidores, “A Noite Americana” do Truffaut, “Oito e meio” do Fellini e “Cantando na Chuva” de Stanley Donen e Gene Kelly. Esse “La La Land”, além de descrever a arte internamente, de remeter aos musicais clássicos de Hollywood, ele ainda usa a nostalgia como força para o seu enredo.

Dirigido por Damien Chazelle do excelente Whiplash, “La La Land” conta a história de Mia – Emma Stone - atriz que foi tentar a sorte na carreira em Hollywood e  Sebastian – Ryan Gosling – que é um pianista, que tem como paixão o Jazz e que sonha em abrir seu próprio clube.  E a projeção é justamente sobre sonhos, sonhos que podem ser identificados em qualquer pessoa sonhadora, é muito fácil o espectador se identificar com os personagens principais justamente pela empatia gerada pelo casal principal, Emma Stone confere a Mia uma atmosfera de nostalgia e de sonho, vemos os olhos da atriz brilhando em praticamente todo o filme e principalmente: vemos esperança e fé em um sonho. Ryan Gosling, além de ter passado a vontade de vencer através de um tom de voz calmo, que é irônico e bem humorado ao mesmo tempo, ainda passa a nostalgia usando a musica, o jazz clássico é tão presente na vida do rapaz quanto as roupas em cor neutra que ele usa com frequência.


1/09/2017 12:36:00 PM

Crítica: Fences

Crítica: Fences
Imagem do Portal UOL



Obra que conta a história de um ex-jogador de baseball chamado Troy – Denzel Washington – que após ter sua carreira sem sucesso trabalha como catador de lixo. Troy é casado com Rose – Viola Davis – e ele tem um filho de outro casamento chamado Lyons, e um filho com Rose chamado Cory – Jovan Adepo, filho este que tem o sonho de seguir a carreira esportiva ou em futebol americano ou em beisebol. Troy cuida também do irmão Gabe que foi ferido gravemente na guerra.

Dirigido por Denzel Washington a partir da peça que leva o mesmo nome, “Fences” é uma obra cinematográfica que é contada como a peça de teatro, os lugares tanto externos como internos, são quase sempre o mesmo, seus personagens são os mesmos durante todo o filme e a montagem também remete a obra teatral, os cortes secos seguidos da tela preta indicam as passagens dos atos, assim como mudanças nas estações do ano.


12/26/2016 02:05:00 PM

Crítica: Capitão Fantástico

Crítica: Capitão Fantástico



“Tudo em exagero estraga” já diz minha mãe, levando em conta essa frase, até a filosofia e o isolamento da sociedade estragam, o que vai contra o filosofo Jean Jacques Rousseau que disse “O Homem é bom, a sociedade o corrompe”.

Porém, o isolamento, a filosofia e a vida o mais próximo da natureza possível é o que Bem, vivido por Viggo Mortensen, ensina a seus seis filhos nesse “Capitão Fantástico”. Dirigido por Matt Ross, o filme conta a historia de Ben, que cria seus filhos em meio a floresta o que remete a República de Platão, ensinando para eles por conta própria as matérias de filosofia, literatura, historia e biologia, fazendo-os praticar esporte, tudo isso, no meio de uma terra que o homem adquiriu com sua mulher, quando de maneira abrupta, ele e sua família são obrigados a voltar a viver em sociedade.


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